Glossário de Termos e Expressões Budistas

O presente glossário atualizado, com mais de 2.000 verbetes foi compilado de diversas fontes disponíveis na Internet, e de livros sobre Budismo

[Sk]: do Sânscrito; [Jp]: do Japonês; [Lt]: do Latim; [Ch] do Chinês,  [Tib] do Tibetano.

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cães-leões ou cães-foo / cães-fu / cães shishi / komainu ( ) - lit. "Cães coreanos". Figuras semelhantes a leões colocadas na entrada de um templo ou santuário para afastar os espíritos malignos. Leões-guardiões chineses ou imperiais são um ornamento arquitetônico tradicional chinês. Normalmente feitos de pedra, eles também são conhecidos como leões de pedra ou shishi. Veja também Shitenno: os quatro guardiões do budismo japonês e Kongōrikishi (金剛力士), Niōmon (仁王門) ou Niō (仁王)

Caminho Branco Entre os Dois Rios / Niga Byakudô Parábola de Shan Tao

Caminho do meio (sânscr. madhyamā-pratipad; jap. chū dō) Caminho que transcende posições extremas. A prática de evitar pontos de vista extremos e escolhas de estilo de vida. O termo também indica a verdadeira natureza de todos os fenômenos, que não pode ser definida por categorias absolutas como as de existência e não existência.

cankama: meditação andando, em geral na forma de caminhar indo e voltando ao longo de um trecho predeterminado.[Mais]

Carma (Karma, Kamma): Ações intencionais que afetam as circunstâncias de uma pessoa nesta vida e em vidas futuras. A insistência do Buda de que o efeito depende da volição marca o tratamento budista de kamma como diferente da compreensão hindu de carma.) A palavra “carma” tem sua origem no sânscrito karma ou karman e significa “ação”. O budismo explica que a vida é eterna e que é o carma que determina a trajetória de uma pessoa, ou seja, as ações por ela praticadas é o que traça sua sorte nesta existência e nas futuras, assim como suas ações de um tempo passado são os fatores que definiram sua realidade atual. Ao estabelecer um paralelo com o termo “destino”, pode-se dizer que carma é uma espécie de destino que está constantemente sendo atualizado e alterado conforme as ações do indivíduo, sendo ele o único responsável, tanto pelo presente como pelo futuro. Neste caso, cada pessoa é protagonista de sua grande peça na qual ela própria é roteirista e diretor. As ações às quais o budismo se refere são identificadas como três: física, verbal e mental. Isso significa que uma pessoa forma o carma pelos seus atos, suas palavras e seus pensamentos. Mesmo que não se traduza os pensamentos em palavras ou atos, e mesmo que ninguém mais saiba, essa “ação” em si já registrou um efeito para sua vida. Lei de ação e seus resultados. Conforme a ação for virtuosa ou não virtuosa, os seus resultados serão positivos e proporcionarão felicidade, ou negativos e proporcionarão sofrimento.
Carma também significa Ação; no budismo três tipos de ação são identificáveis: corporal, verbal e mental; e ainda, de acordo com sua natureza moral, uma ação pode ser boa, má ou neutra, e ela inevitavelmente produzirá o seu resultado quando as condições propícias se manifestarem. Conversão dos Três Votos [Jp. sangan tennyu] 1. O estágio do poder próprio (Voto 19) em que o Nembutsu é praticado como uma das muitas abordagens possíveis para o transcendente; 2. O estágio do poder próprio (Voto 20) no qual o Nembutsu é praticado como a única abordagem para o transcendente; 3. O Estágio do Outro Poder (Voto 18) em que o Nembutsu é praticado como uma autoexpressão do transcendente através do Voto. O Poder de Amida é totalmente evidente na última etapa, mas nos dois primeiros estágios, ele também está em operação, embora despercebido. Quanto mais cedo toma-se consciência do Outro Poder, mais fácil e rápido torna-se o processo de conversão. Quando o poder próprio é abandonado ou, mais precisamente, absorvido e assimilado pelo poder de Amida, o Nembutsu é naturalmente praticado em conformidade com a lei transcendente e universal. O Nembutsu como tal já não é uma mera prática verbal, é uma auto expressão do próprio Amida e é completo em si mesmo. O número de vezes que ele é recitado não é importante. A virtude consumada de Amida está contida e se manifesta em cada recitação do Nembutsu, e é essa virtude que transforma o carma maléfico em méritos e permite que se tome o caminho direto para Bodhi.

Cartas de Rennyo Shonin (jap. Gobunshô ou Ofumi) Cartas escritas pelo Mestre Rennyo (1415-1499) (ver Rennyo Shonin), oitavo patriarca da linhagem genealógica do fundador da Verdadeira Escola da Terra Pura (jap. Jodoshinshu) (ver Escola Shin-budista da Terra Pura), Mestre Shinran (1173-1262) (ver Shinran Shonin). Estas cartas consistem de uma coletânea de cinco volumes contendo mais de oitenta cartas endereçadas aos seus adeptos com o intuito de transmitir a mensagem do Dharma (ver Dharma). Utilizando-se de linguagem simples e compreensível, estas cartas eram distribuídas e lidas entre monges e leigos nas reuniões para discutir e ouvir o ensinamento do Buda.

Causalidade (Lei da, Princípio da) - Há mais de dois mil e seiscentos anos, na Índia, Buda Shakyamuni (Siddhartha Gautama) já ensinava que para toda e qualquer consequência, com certeza existiu uma causa, que não há nada que aconteça sem causa, por acaso.

Cerimônia no Ar (jap. kokū-e) Uma das três assembléias descritas no Sutra do Lótus, em que toda a multidão é suspensa no espaço, acima do mundo saha. Estende-se do capítulo 11, “Torre de Tesouro”, ao 22, “Transferência”. Os pontos centrais dessa cerimônia são revelar a iluminação original do Buda [Shakyamuni] no remoto passado e transferir a essência do sutra aos bodisatvas da terra.

Cetana Vontade

cetana: intenção, volição.

cetasika: ‘fatores mentais’. São os fatores mentais que estão associados e que surgem em concomitância com a consciência (citta=viññana) e que são condicionados pela  presença desta. Enquanto que nos suttas todos os fenômenos da existência são agrupados em 5 agregados: forma (rupa), sensação (vedana), percepção (sañña), formações mentais (sankhara), consciência (viññana), o Abhidhamma, como regra, trata os fenômenos sob um aspecto mais filosófico em três aspectos: consciência (citta), fatores mentais (cetasika) e forma (rupa). Dessa forma, os fatores mentais compreendem a sensação, percepção e 50 outros fatores, o que no todo resulta em 52 fatores mentais.[Mais] 

Cetiya  Um relicário contendo objetos sagrados de veneração

ceto-vimutti: libertação da mente. Com o sentido mais elevado significa a fruição do estado de arahant, e em particular a concentração a ela associada. Em geral a libertação da mente acompanha a libertação através da sabedoria, (pañña-vimutti). Também pode ser chamada de libertação inabalável da mente ou libertação da mente sem sinais, visto que esse estado mental está livre da cobiça, raiva e delusão. A libertação imensurável da mente tem um sentido mais restrito e corresponde aos quatro brahma-viharas.

CH’AN (chin.) – veja ZEN. CHA-NO-YU (jap.) – cerimônia do chá.

CH’ENG-SHIH (chin.; jap. JÔJITSU) – escola chinesa, baseada nos ensinamentos da filosofia indiana SAUTRANTIKA; seu texto principal é o SATYASIDDHI, escrito por HARIVARMAN (século IV).

CHAKRA (sânsc.) – roda; centro de energia sutil.

Chanda  intenção, interesse, desejo de agir, aspiração aspiração, desejo. 1 - Como um termo psicológico neutro sob o ponto de vista ético, com o sentido de ‘intenção,’ é um dos fatores mentais gerais (cetasikaensinados no Abhidhamma, cuja qualidade moral é determinada pelo caráter da volição (cetanaà qual esteja associada. 2 – Como qualidade ruim tem o significado de ‘desejo’ e está com freqüência associado com termos relativos a sensualidade, cobiça, etc, por exemplo: kama-cchanda, ‘desejo sensual,’ um dos cinco obstáculos (nivarana); chanda-raga, ‘desejo voluptuoso’. 3 – Como qualidade boa é a vontade íntegra ou zelo (dhamma-chanda).

CHENREZIG (tib. SPYAN RAS GZIGS) – veja AVALOKITESHVARA.

CHIEN-CHEN (chin.; jap. GANJIN) – monge chinês (688-763), fundador da escola LÜ-TSUNG (jap. RITSU).

CHIH-I (chin.; jap. CHISHA) – monge chinês (538-597), fundador da escola T’IEN-T’AI (jap. TENDAI).

CHIH-KUAN (chin.) – veja SHAMATHA-VIPASHYANA.

CHIH-TUN – monge chinês (314-366), fundador da escola Prajna.

CHI-KUAN (chin.) – veja KÔAN.

CHING-T’U[-TSUNG] (chin.; jap. JÔDO-[SHÛ]) – escola fundada pelo monge chinês HUI-YÜAN em 402, centralizada na veneração do Buddha AMITABHA.

chinju (鎮守/ ) - o kami tutelar ou santuário tutelar de uma determinada área ou templo budista . [2]

Chinjusha (鎮守 / ) - um pequeno santuário construído em um templo budistae dedicado ao seu kami tutelar. 

Chion hôtoku, conhecer e corresponder à gratidão. Tornar-se alguém que corresponde com gratidão à benevolência de Amida e Sakyamuni.

CHI-TSANG – monge chinês (549-623) da escola SAN-LUN (SANRON), autor de diversos comentários sobre a filosofia MADHYAMIKA.

CHITTAMATRA (sânsc.) – apenas mente; principal ensinamento da filosofia YOGACHARA.

CHÖ (tib. BCOD) – cortar; no buddhismo tibetano, medição para “cortar” o conceito de personalidade.

CHÖRTEN (tib. CHOS RTEN) – veja STUPA.

chōzuya ( ) - veja temizuya 

CHU-HUNG – monge chinês (1535-1615) que desenvolveu um movimento leigo, combinando as escolas ZEN e JÔDO.

chūmon * ( ) - em um templo, o portão após o nandaimon conectava-se a um kairō . Ver também seg 

CHU-SHE (chin.; jap. KOSHA) – escola chinesa baseada nos ensinamentos do ABHIDHARMA-KOSHA; fazia parte da escola FA-HSIANG (jap. HOSSÔ).

Cinco elementosTerra, água, fogo, vento e espaço. Existem cinco elementos interiores (ligados ao continuum de uma pessoa) e cinco elementos exteriores (fora do continuum de uma pessoa).

Cinco períodos de quinhentos anos  Cinco subdivisões do três períodos após a passagem do Buda  ( 繫念 Cn: sānshí ; Jp: sanji ; Vi: tam thời ), significativo para muitos adeptos do Mahayana:
1 Idade da iluminação (
解脱 堅固 Cn: jiětuō jiāngù; Jp: gedatsu kengo)
2 Idade da meditação (
禅定 堅固 Cn: chándìng jiāngù; Jp: Zenjō Kengo)
3 Essas duas idades constituem o Antigo Dia da Lei (
正法 時期 Cn: zhèngfǎ; Jp: shōbō)
4 Idade de leitura, recitação e escuta (
堅固 Cn: sòngduōwén jiāngù; Jp: dokuju tamon kengo)
5 Idade de construção de templos e estupas (
塔寺 堅固 Cn: duōzào tǎsì jiāngù; Jp: tazō tōji kengo)
  Essas duas idades compreendem o Dia do Meio da Lei (
時期 Cn: xiàngfǎ; Jp: zōhō)
6 Idade do conflito (
堅固 Cn: zhēng jiāngù; Jp: tōjō kengo), uma época caracterizada por distúrbios, conflitos, fome e outros desastres naturais e causados ​​pelo homem.
  Esta idade corresponde ao início dos Últimos Dias da Lei (
末法 時期 Cn: mòfǎ; Jp: mappō) quando os ensinamentos (históricos) do Buda perderiam todo o poder de salvação e pereceriam
 
Cn: báifǎméi; Jp: byakuhō onmotsu) e um novo Buda apareceria para salvar as pessoas.
Os três períodos e os quinhentos períodos de quinhentos anos são descritos no Sutra da Grande Assembleia (
Cn: dàjí; Jp: Daishutu-kyōDaijuku-kyōDaijikkyō, ou Daishukkyō).

Cinco Perversidades são: 1) parricídio; 2) matricídio; 3) matar um Mestre; 4) perturbar a harmonia da Comunidade Budista; 5) derramar o sangue de um Buda.

Cinco sabedorias oniscientesAs cinco excelsas sabedorias de um Buda. São elas: espelho, da igualdade, da realização singular, de cumprir atividades e do Dharmadhatu.

Cinco venenos – raiva/medo, obtusidade mental, desejo/apego, inveja e orgulho. São chamados de venenos porque potencializam os impulsos para as dez ações não virtuosas, e assim criam todo os sofrimentos da roda da vida.

citta: mente; coração (de um ponto de vista psicológico); o centro e o foco da natureza emocional do homem bem como aquele elemento intelectual que lhe é inerente e acompanha as suas manifestações; pensamento. O significado de citta é melhor compreendido quando explicado através de expressões convencionais que nos são mais familiares, como: com todo meu coração; coração e alma; não tenho coração para fazer isso; abençoados são aqueles puros de coração. Esses exemplos enfatizam o aspecto ou “pensamento” emocional e conativo mais do que o aspecto mental e racional (em relação a estes veja mano e viññana). Pode portanto ser interpretado como estado de humor, estado mental, disposição, reação a impressões. Também deve ser mencionado, como complemento a essa interpretação, que citta quase sempre ocorre no singular (=coração) e de 150 casos nos Nikayas apenas 3 vezes ocorre no plural (=pensamentos). Em alguns suttas citta aparece como sinônimo de viññana e mano.O Dhammasangani divide todos os fenômenos em consciência (citta=viññana), fatores mentais (cetasika) e forma (rupa).[Mais]