Glossário de Termos e Expressões Budistas

O presente glossário atualizado, com mais de 2.000 verbetes foi compilado de diversas fontes disponíveis na Internet, e de livros sobre Budismo

[Sk]: do Sânscrito; [Jp]: do Japonês; [Lt]: do Latim; [Ch] do Chinês,  [Tib] do Tibetano.

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vacuidade: a essência da mente; também a ausência de existência inerente do eu e dos fenômenos.

VAIBHASHIKA (sânsc.) – filosofia derivada da escola SARVASTIVADA.

Vaidehi, Idaike / Idai, (Sk) Literalmente, “mulher da nação Videha”. Esposa de Bimbisara, rei do Estado monárquico de Magadha, nos tempos do Buda Histórico Sakyamuni. Mãe do príncipe Ajatasatru. Quando este, em um golpe de Estado, destronou e encerrou o pai numa masmorra, condenando-o à morte por inanição, Vaidehi passou a levar secretamente comida ao rei prisioneiro. Descoberta, foi também aprisionada pelo filho. Tomada por profunda angústia, invocou o Buda Sakyamuni que, vindo a seu encontro, pregou-lhe o Sutra da Contemplação da Vida Imensurável.

VAIROCHANA / Vairocana (sânsc.; jap. DAINICHI NYORAI) É um Buda que é a personificação do Dharmakaya e, portanto, pode ser visto como o aspecto universal do histórico Gautama Buda. Chamado Dainichi Nyorai em japonês – um dos cinco DHYANI-BUDDHAS, muito venerado pela escola japonesa SHINGON.

VAJRA (sânsc.; jap. KONGÔ-SHO; tib. DORJE/ RDO RJE) – diamante; símbolo do vazio indestrutível.

Vajra Narayana [Sk] [Naraen Kongo Jp] Uma divindade extremamente forte, protetora do budismo.

VAJRACCHEDIKA-PRAJNAPARAMITA SUTRA (jap. KONGÔ-KYÔ) – Discurso do Lapidador de Diamantes da Perfeição da Sabedoria; texto do buddhismo MAHAYANA, integrante do PRAJNAPARAMITA SUTRA.

VAJRADHARA (sânsc.; tib. DORJECHANG/ RDO RJE ‘CHANG) – Detentor do VAJRA; no buddhismo VAJRAYANA, o buddha da mente pura, o aspecto SAMBHOGAKAYA do Buddha.

VAJRADHARMA (sânsc.; tib. DORJECHÖ/ RDO RJE CHOS) – Ensinamento VAJRA; no buddhismo VAJRAYANA, o buddha da fala pura.

VajraNarayana[Sk.] [Naraen Kongo Jp.] Uma divindade extremamente forte, protetora do budismo.

VAJRASATTVA (sânsc.; tib. DORJE SEMPA/ RDO RJE SEMS DPA’) – Ser VAJRA; no buddhismo VAJRAYANA, o buddha do corpo puro, associado à purificação.

Vajrayana - (sânsc.; tib. DORJETEPA/ RDO RJE THEG PA) – Veículo de Diamante; forma esotérica do buddhismo MAHAYANA, baseada nos ensinamentos dos TANTRAS. O terceiro ramo principal, junto com Hinayana e Mahayana, de acordo com a visão do Budismo Tibetano de si mesmo. Outro termo para budismo esotérico.tradição budista, também conhecido como Tantrayana, é por vezes mencionado como uma extensão do budismo Mahayana, nele se encontram as escolas do budismo Tibetano e a escola Shingon. Ensinamentos promulgados posteriormente, principalmente na Índia e no Tibete.

Vassa: O retiro de três meses da 'estação chuvosa'

vassa: retiro das chuvas. O período de Julho a Outubro, que corresponde aproximadamente à época de chuvas, em que se requer que cada monge permaneça vivendo em um só lugar sem perambular livremente.

VASUBANDHU – monge indiano da escola SARVASTIVADA que teria vivido pro volta dos séculos IV-V.

VATSIPUTRIYA – escola surgida por volta de 240 a.C. a partir da do grupo STHAVIRAVADA; também conhecida como PUDGALAVADA.

vatta: o ciclo de nascimento, morte, e renascimento. Isto denota ambos a morte e renascimento de seres vivos e a morte e renascimento das contaminações (kilesa) dentro da mente. Veja samsara.

vayama: esforço, empenho. Veja também viriya e padhana[Mais]

Vedana: Sentindo . O segundo dos cinco Khandhas.

vedana: sensação – a qualidade de prazer, desprazer, ou neutra, que ocorre com cada contato nos sentidos. Em cada órgão do sentido essa qualidade recebe um nome distinto, por exemplo, aquilo que é visto como prazeroso é chamado de belo, o desprazeroso de feio; aquilo que é ouvido como prazeroso é chamado de melodioso, o desprazeroso de ruidoso; aquilo que é cheirado como prazeroso é chamado de perfumado, o desprazeroso de malcheiroso e assim por diante. Veja khandha.[Mais]

venerável: termo para aqueles que são ordenados. Monges ou monjas são tradicionalmente conhecidos como “venerável”. É simplesmente um termo de respeito para aqueles que escolheram a vida monástica e assumiram o compromisso de preservar os ensinamentos dessa maneira.

verdade absoluta: a essência pura e imutável dos fenômenos; também se refere à natureza da mente.

verdade relativa: a aparência dos fenômenos em um nível convencional, aos quais a mente comum imputa uma existência inerente.

verdadeiro aspecto de todos os fenômenos (jap. shohō-jissō) Verdade ou realidade fundamental que permeia todos os fenômenos e é inseparável deles. O capítulo “Meios Apropriados” do Sutra do Lótus define o verdadeiro aspecto de todos os fenômenos como os dez fatores da vida. Nichiren Daishonin define esse conceito como Nam-myoho-renge-kyo.

Verdadeiro Eu - também conhecido como Mente Araya. O sânscrito original é Arayashiki. Araya - significa depósito e shiki significa mente ou consciência. Portanto, ela pode ser referida como a mente armazenadora. É como um cofre ou uma unidade de armazenamento. O budismo ensina que existem oito mentes nos seres humanos. Sete deles desaparecem na morte com o corpo físico, mas a mente Araya permanece.

VIBHAJYAVADA – escola surgida por volta de 240 a.C. a partir do grupo STHAVIRAVADA; deu origem às escolas MAHISHASIKA e THERAVADA.

vicara: avaliação; investigação; deliberação; pensamento sustentado; pensamento discursivo. Na meditação, vicara é o fator mental que faz com que a mente permaneça com o objeto de meditação. Vicara também é descrito como a fricção da mente sobre o objeto. Vicara e o seu fator acompanhante vitakka alcançam plena maturidade com o desenvolvimento do primeiro jhana. Vitakka é comparado com a ação de tocar um sino enquanto que Vicara equivale à ressonância produzida. Outro símile seria vitakka como uma abelha que vai voando em direção a uma flor enquanto que vicara seria a abelha voando em volta da flor.

vicikiccha: dúvida, ceticismo. É um dos cinco obstáculos (nivarana) e um dos três grilhões (samyojanaque desaparecem completamente ao ‘entrar na correnteza’ (sotapanna).

Vihara: Morada; mosteiro.

vijanati: discernimento, conhecimento discriminador.

vijja: conhecimento verdadeiro ou superior. Por exemplo te-vijja, os três conhecimentos verdadeiros.  

vijja-carana-sampanno: perfeito no verdadeiro conhecimento e conduta. Um epíteto para o Buda. 

VIJNANAVADA (sânsc.) – veja YOGACHARA.

VIMALAKIRTI-NIRDESHA SUTRA (sânsc.) – Discurso de Vimalakirti; texto do buddhismo MAHAYANA escrito por volta do século II.

vimokkha: libertação, como os seres se libertam das coisas do mundo. Há três libertações: animitta na qual todas as formações são consideradas como impermanentes, appanihita na qual todas as formações são consideradas como sofrimento, suññata na qual todas as formações são consideradas como não-eu ou vazias.

vimutti: libertação. Pode ser de dois tipos: libertação da mente (ceto-vimuttie libertação através da sabedoria (pañña-vimutti).

Vinaya pitaka: (sânsc.) A primeira das três coleções do cânone da escritura básica, contendo principalmente a disciplina para monges e freiras, com muitas histórias e alguns ensinamentos. Cesto das Disciplinas; parte do TRIPITAKA. VIPASHYANA (pali VIPASSANA) – veja SHAMATHA-VIPASHYANA.

Vinaya: As regras de disciplina da vida monástica.

vinaya: a disciplina monástica, compreendendo seis volumes no texto impresso, cujas regras e tradições definem cada aspecto do modo de vida dos bhikkhus e bhikkhunis. A essência das regras para os monásticos está contida no Patimokkha. A conjunção do Dhamma com o Vinaya forma o núcleo da religião Budista: "Dhamma-vinaya" - "a doutrina e disciplina" – é o nome que o Buda deu ao movimento que ele fundou.[Mais]

Vinnana: Vijnana Consciência . O quinto dos Cinco Khandhas .

viññana: consciência; o ato de notar os objetos sensoriais e idéias na medida em que eles ocorrem; a cognição mais elementar dos objetos sensoriais e idéias; uma qualidade mental que é um dos cinco agregados (veja khandhas). Em alguns suttas viññana aparece como sinônimo de citta e mano. O progresso de viññana de uma vida para outra, transformando (de acordo com o kamma individual) a vida do ser (após a morte) para a vida seguinte, está expressa em alguns suttas, no entanto a idéia de que se trata de uma substância imutável é rejeitada e condenada de forma enfática.

vipaka: a conseqüência, resultado ou fruto de cada ação intencional do passado (kamma).

vipallasa: distorções, perversões ou alucinações que podem ocorrer na percepção, (sañña-vipallasa), na mente, (citta-vipallasa), ou nas idéias, (ditthi-vipallasa). As distorções podem ser de quatro tipos: considerar o impermanente como permanente, o doloroso como prazeroso, aquilo que não é o eu como o eu, e aquilo que é feio ou impuro como belo ou puro.[Mais] 

Vipassana - Geralmente traduzida como meditação "Insight", a maioria associada à tradição Theravāda, mas também presente em algumas outras tradições, como Tiantai. Freqüentemente combinado com śamatha meditação Viopashyana Compreensão da verdadeira natureza das coisas. Uma forma particular de meditação (cf Samatha )

vipassana: ‘insight.’ Nas palavras de Ayya Khema, "insight é uma experiência que é vista com discernimento, que é compreendida, e que subsequentemente conduz a uma transformação. O insight é verdadeiro quando fazemos uso na nossa vida daquilo que foi compreendido." Nos suttas o primeiro estágio de insight é definido como o conhecimento e visão de como as coisas na verdades são (Yatha bhuta ñanadassana). O insight revela a natureza impermanente, insatisfatória e insubstancial de todos os fenômenos materiais e mentais (veja ti-lakkhana). O conhecimento do insight (vipassana-pañña) é o fator libertador decisivo no Budismo, embora ele tenha que ser desenvolvido em paralelo como os outros dois elementos de virtude (silae concentração (samadhi). O Insight não é o resultado da mera compreensão intelectual, mas é conquistado através da meditação observando de forma direta, fundamentado na experiência, os próprios processos mentais e corporais. Sayadaw U Pandita no seu livro In this very life explica que a palavra vipassana tem duas partes, vi e passanaVi se refere a vários modos e passana é visão. Portanto o significado de vipassana seria “ver através de vários modos.” Os vários modos no caso são a impermanência, o sofrimento e o não-eu, aniccadukkhaanatta. Veja também abhijanati[Mais]

vipassanupakkilesa: máculas ou imperfeições no insight; experiências intensas que podem ocorrer ao longo da meditação e que podem levar alguém a acreditar que completou o caminho. A lista padrão inclui: luzes, conhecimento psíquico, êxtase, serenidade, prazer, convicção extrema, esforço excessivo, obsessão, indiferença e contentamento.

viraga: desapego. O completo distanciamento da mente do apego a todos os fenômenos, com a mente desprovida de cobiça e aversão. Através do desapego é realizado o caminho supramundano. O fruto do desapego é vimutti. Veja nibbida

viriya (sânsc. e pali) energia, perseverança entusiástica, esforço; uma das seis PARAMITAS.

viriya: energia, virilidade, vigor, persistência. Uma das dez perfeições (paramis), um dos sete fatores da iluminação (bojjhanga). Veja também vayama [Mais]

visakha (também Vesakha, Vesak, Wesak, etc.): o antigo nome para o mês lunar Indiano da primavera correspondendo ao nosso Abril-Maio. De acordo com a tradição, o nascimento do Buda, a sua iluminação e o seu Parinibbana ocorreram todos na noite de lua cheia do mês de Visakha. Esses eventos são comemorados nesse dia no festival do Visakha que é celebrado anualmente em todo o mundo do Budismo Theravada.[Mais]

VISUDDHI-MAGGA (pali) – Caminho da Pureza; texto da escola THERAVADA escrito pelo monge BUDDHAGHOSA no século V.

vitakka: pensamento aplicado. Nos suttas, vitakka é com freqüência usado como sinônimo para pensamento. Vitakka também é chamado sankappa, e sammasankappa, (pensamento correto), é o segundo elemento do Nobre Caminho Óctuplo. O pensamento pode ser benéfico, prejudicial ou neutro sob o ponto de vista de kamma. Existem três tipos de pensamentos prejudiciais ou inábeis (akusala): pensamentos sensuais, pensamentos com raiva e pensamentos com crueldade. Existem três tipos de pensamentos benéficos ou hábeis: pensamentos de renúncia, de não raiva e não crueldade. Estes últimos três constituem o ‘Pensamento Correto’ que é o segundo elemento do Nobre Caminho Óctuplo.[Mais] Na meditação, vitakka é dirigir a mente para o objeto de meditação. Vitakka e o seu fator acompanhante vicara alcançam plena maturidade com o desenvolvimento do primeiro nível de jhana. Vitakka é comparado com a ação de tocar um sino enquanto que Vicara equivale à ressonância produzida. Outro símile seria vitakka como uma abelha que vai voando em direção a uma flor enquanto que vicara seria a abelha voando em volta da flor.

viveka: afastamento. O afastamento pode ser de cinco tipos: (i) em relação a um aspecto em particular (temporário, através da prática de insight); (ii) através da supressão (temporário, ao alcançar os jhanas); (iii) através da erradicação (permanente, através do caminho supramundano); (iv) através do apaziguamento ( permanente, através do fruto do caminho supramundano); (v) através da escapatória (permanente, em Nibbana).

Voto de Bodisatva Ver ‘Bodisatva’.

Voto de Sincera e Serena Fé = O 18º Voto

Voto Original (jap. Hongan) O Voto de um Buda, em especial o de Amida; em particular, o Décimo Oitavo Voto.
É o Voto do Amida quando ainda era um bodhisatva, Dharmakara.
É a ação do Buda Amida que vem do desejo ou aspiração profunda que visa libertar todos os seres do peso do mau cármico mergulhados no oceano dos nascimentos e mortes. No Sutra Maior, o principal do Budismo da Terra Pura, é ensinado que, dos Quarenta e Oito Votos de Amida, o Décimo Oitavo seria o mais importante, ou seja, o Voto Original. Ao se tornar um Buda, o Voto Original de Amida tornou-se realidade, transformando-se na ação que irá salvar todos os seres do sofrimento.

Votos – são um conjunto de práticas de disciplina moral que são seguidos e mantidos pelo praticante. Existem os votos monásticos, chamados de Vinaya, e os votos leigos que são “não roubar”, “não mentir”, “não matar”, “não se intoxicar”, “não ter má conduta sexual”.

voz pura e de longo alcance (sânscr. brahma-svara; jap. bonnonjō) Também “som de Brahma”, “voz de um buda”. Um dos trinta e dois aspectos de um buda. A voz de um buda é pura e alcança todos os mundos das dez direções. Alegra a quem a ouve, comove profundamente o coração das pessoas e inspira reverência.

vyapada: má vontade, é um sinônimo de dosa; é um dos cinco obstáculos (nivaranae um dos dez grilhões (samyojana)