Tradições Budistas

O Budismo é dividido em três grandes tradições: Theravada, Mahayana e Vajrayana (ou Tantrayana). 

Dentro de cada tradição existem escolas que seguem seus ensinos.

Vale lembrar que todas as vertentes budistas seguem os ensinamentos de Buda e aceitam as 4 Nobres Verdades como base para seus seguidores.

Mas, praticam e acreditam de maneiras diferentes para alcançar a iluminação.


Por volta do Século I a.C., algumas das implicações dos ensinamentos do Buda foram exploradas mais profundamente. Além disso, conforme a sociedade se desenvolvia eram necessárias interpretações novas e mais relevantes desses ensinamentos. As muitas escolas que emergiram a partir dessas novas interpretações foram coletivamente denominadas de Mahayana, que significa “O Grande Caminho” [literalmente significa o Grande Veículo].

Tal nome se justificava em face da alegação de que suas propostas eram relevantes para todas as pessoas, e não apenas para os monges e freiras que haviam renunciado ao mundo. A Mahayana eventualmente tornou-se a forma dominante de Budismo na Índia, e, nos dias de hoje, é praticada na China, Coreia, Taiwan, Vietnã e Japão.

Alguns theravadinos dizem que a Mahayana é uma distorção dos ensinamentos de Buda. Entretanto, os mahayanistas alegam que o Buda aceitava a mudança como uma das mais fundamentais de todas as verdades, e que sua interpretação do Budismo pode ser considerada como uma distorção da Dhamma tanto quanto o pinheiro pode ser considerado uma distorção da pinha.

Como vimos no trecho acima, podemos dividir o budismo em 3 ramos principais: Theravada, Mahayana e Vajrayana.

Dentro dessa classificação ainda existem outras divisões.

Por exemplo, o Zen pertence ao Mahayana, e dentro do Zen estão as escolas Soto Zen, Rinzai Zen e outras mais.

Esta é uma forma de categorizar as escolas, mas existem outras.

Tradições

Tibetano


Pequeno e Grande veículo

O veículo é o barco necessário para atravessar o rio do Sansara.

Uma de suas margens é o Senso Comum, onde imperam a ignorância espiritual (avydia), o desejo (kama) e a dor (dukkha).

O Vajrayana, também conhecido como Tantrayana, é por vezes mencionado como uma extensão do budismo Mahayana, nele se encontram as escolas do budismo Tibetano e a escola Shingon. 

Este site divulgará prioritariamente informações sobre a vertente Terra Pura

O ideal da Theravada é tornar-se um arhat, alguém que se devota á disciplina budista, enquanto o ideal da Mahayana é seguir o caminho do Bodisatva, para se tornar um Buda.

Todos esses caminhos, se trilhados com dedicação e autenticidade, levam à Iluminação.

A escolha por um caminho exprime a correspondência entre as características pessoais de alguém e as da proposta escolhida. Esse caminho será mais eficaz para esse praticante, porque lhe corresponde, e não porque seja superior ou mais eficaz que qualquer outro.


Theravada: a vertente ortodoxa e mais antiga do budismo

A escola Theravada foi criada logo após a morte de Buda e domina o sudeste da Ásia, em países como o Camboja e a Tailândia.

Esta vertente segue as tradições ortodoxas que prevaleceram na Índia há 2.600 anos, se baseando nas escrituras do Tipitaka, que foram os ensinamentos recitados oralmente por Buda.

Eles acreditam que, ao seguirem esses escritos, alcançarão a iluminação através de um esforço individual.

Um forte aspecto dessa escola é que acreditam que somente os monges anciãos possuem a autoridade para transmitir estes ensinamentos e que devem ser respeitados e ouvidos.

O Theravada (O Caminho dos Anciãos, Hinayama ou Pequeno Veículo), oficialmente não aceita ramificações, sendo uma tradição única.

O nome Theravada significa “Os Ensinamentos dos Antepassados”.

Sua base é principalmente o Pali Tipitaka, o mais antigo e mais completo registro dos ensinamentos do Buda.

A Theravada é a mais conservadora e a mais centrada na vida monástica das formas de Budismo.

Nela se enfatiza os princípios básicos da Dharma, e há uma tendência a se adotar uma abordagem mais simples e austera em relação a esses princípios.

Atualmente a Theravada é praticada principalmente no Sri Lanka, em Burma, no Laos, no Camboja [Tailândia] e em algumas partes do sudeste asiático.

Nota: Ainda que a tradição Theravada seja muito associada à vida monástica, a prática leiga (não-monástica) dentro desta tradição é tão grande como as demais tradições e também bastante flexível.

Nota: No Brasil não existem mosteiros Theravada


Mahayana: a escola budista criado por leigos

A escola Mahayana foi criada por pessoas leigas e comuns que acreditavam em dois pontos principais: o poder da compaixão e que cada indivíduo carrega dentro de si o potencial para o estado Buda.

Diferente dos Theravadas, os Mahayanas acreditam que os seguidores podem buscar a iluminação através de outros seres superiores, os chamados bodhisattvas.

Eles são seres humanos que estão prestes a atingir o seu estado iluminado, mas adiam essa iluminação para ajudar outros seres.

Ela foi implementada no norte da Ásia e foi através desta escola que surgiram tradições importantes como o Zen Budismo, Budismo Tibetano, Budismo Terra Pura e Budismo Tântrico.

O Mahayana (Grande Veículo) é onde estão a maioria das escolas budistas, sendo algumas delas: Zen, Terra Pura, Tientai e Nitiren.


Outras vertentes budistas

Existem outras diferentes vertentes do Budismo, construídas ao longo do tempo.

O Vajrayana (ou Tantrayana) herda os Sutras (escrituras) do Mahayana, e por isso podemo-nos referir às escolas do Vajrayana também como Mahayana.

Por exemplo, o Budismo Nitiren ou Budismo de Nitiren tem como fundamento os ensinamentos de Nitiren, um monge japonês que viveu no século XIII.

O Budismo Kadampa, outra linhagem de pensamento budista, foi uma escola criada pelo mestre budista indiano Atisha.

O Budismo Tibetano, também chamado de Lamaísmo, é uma prática com forte presença no Brasil, sendo o líder Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, sua figura mais representativa.


Núcleo comum

Apesar da variedade e das diferenças, existe um núcleo comum que une todos os ramos e escolas tradicionais:

Se este núcleo não está presente ou se está deturpado, deixa de ser budismo.

As escolas “budistas” que não mantêm este núcleo são consideradas espúrias.