Guenshin

Genshin (942 - 1017), O primeiro monge japonês a compor a lista dos Sete Mestres de Shinran Shonin.

Shotoku Taishi 574 – 522 D.C

Hōnen Shonin (1133-1212), fundador da Jodo Shu

Hui-yüan (334/6-416)

Ippen Shōnin (一遍 上人, 1234–1289, também conhecido como Zuien)

Kakunyo Shonin  (覚如) (1270-1351) bisneto de Shinran, fundador do Templo Hongan-ji

Nagarjuna (Século II ou III D.C) foi o grande filósofo religioso da Índia.

Rennyo Shonin (1415-1499), oitavo sucessor de Shinran, em 1457

Saicho e a Escola Tendai - Saicho (767 a 822 E.C.) é personagem central dentro do desenvolvimento do Budismo japonês, tendo confrontado o poder político das escolas do período Nara e aberto o caminho que propiciou o surgimento de importantes escolas do período Kamakura.

Shan Tao, ou Zendo (613 – 681 D.C) foi um discípulo de Tao-Ch’o, na China. O terceiro dos Cinco Patriarcas da Seita Terra Pura, bem como o quinto patriarca dos Sete Patriarcas do Budismo Jodo-shinshu.

Shinran Shonin (1173-1262), fundador da Jōdo Shinshū

Tan Luan T’an Luan (476 – 542 D.C) O Terceiro Mestre do Shin Budismo da Terra Pura é o fundador da Escola Chinesa da Terra Pura.

Tao Cho Tao Ch’O (562 – 545 D.C) É conhecido como aquele que aperfeiçoou os conceitos de caminho fácil e caminho difícil de Nagarjuna

Tao Qian (365-427), também conhecido como Tao Yuanming  ou Tao Ch’ien, nasceu em Xunyang (atual Jiujiang), na China.

É um dos maiores poetas chineses.

Os mestres e suas obras fundamentais para a constituição do Verdadeiro Ensinamento da Terra Pura:

Shinran Shonin (1173-1263), o fundador do Shin Budismo da Terra Pura, é considerado, por muitos teólogos e historiadores, como um dos mais importantes pensadores do Japão. Ele não fundou nenhum templo, mas empreendeu uma extraordinária sistematização do Budismo da Terra Pura, ao compendiar cuidadosamente mestres budistas da Índia, China e do próprio Japão. De fato, há muitos monges ilustres da China e do Japão que instituíram práticas e registraram ensinamentos sobre o Buda Amida e a Terra Pura. Dentre eles, Shinran selecionou cinco mestres que, ao lado de dois grandes mestres indianos, representam a genealogia do verdadeiro ensinamento, assim compreendido por ele. Não há uma lista específica ou emprego do termo “sete mestres” em sua obra, mas na releitura-síntese que Shinran fez de toda a tradição da Terra Pura, a vida e a obra desses mestres tiveram um papel fundamental. Como ele assinala no Kyogyoshinsho:

“Eu, Gutoku Shinran, me encontrei com estas sagradas escrituras da Índia e com os comentários dos mestres chineses e japoneses, tão difíceis de encontrar, e ouvi os seus ensinamentos, tão difíceis de ouvir. Como sou feliz!”

As interpretações dos Sete Mestres revelam o profundo significado dos ensinamentos da Terra Pura. Ressalte-se, entretanto, que a idéia principal, comum a todos, é a Compaixão do Buda, a verdade última dentro de nós. Assim, o próprio ensinamento de Sakyamuni e dos Sete Patriarcas (Shichi Kozo) são manifestações do Voto Compassivo de Amida na história humana.

A seleção de Shinran é tradicionalmente atribuída ao seguinte:

a) cada mestre manifestou claramente que aspira nascer na Terra Pura;
b) cada mestre mencionou a importância do nembutsu (citação do Nome do Buda);
c) cada interpretação é original.

Patriarcas da Terra Pura Japonesa

Embora seja possível encontrar nos escritos deixados pelo príncipe Shotoku indicações ao Grande Sutra de Sukhavativyuha, é apenas a partir do período Heian que a escolada Terra Pura se estabeleceu enquanto um corpo próprio de doutrina e ensinamentos dentro do centro de estudos da escola Tendai, no monte Hiei (BUSWELL, 2004).

Uma das primeiras práticas ligada à Terra Pura foi estabelecida por Ennin (794 a 864 E.C.), quando do seu regresso da China, e consistiuna invocação no nome do Buda Amida juntamente com músicos e seus instrumentos de época. Ryogen (912 a 985 E.C.), sacerdote primaz da escola Tendai escreveu um texto sobre o Budismo da Terra Pura, contudo, recaiu sobre seu discípulo Genshin (Eshin Sozu, 942 a 1012 E.C.) a honra de ser lembrado como o primeiro patriarca dessa escola no Japão.

Genshin “ajudou a popularizar o ritual do nenbutsu no leito de morte, no qual o crente moribundo tem uma visão do Buda Amida (AMITABHA) e seu séquito vindo para levar a pessoa ao paraíso da Terra Pura” (BUSWELL, 2004, p. 307). Seu escrito mais célebre foi composto no ano 985 E.C. e se chama Ojoyoshu (Coleção de Fundamentos sobre o Nascimento na Terra Pura), o que abriu caminho para estabelecer o ensinamento e a doutrina do budismo da Terra Pura no Japão, vindo a influenciar mestres posteriores como Honen (1133 a 1212 E.C.) e Shinran (1173 a 1262 E.C.)(BUSWELL, 2004).

Os esforços de Saicho, durante o período Nara geraram frutos no período Heian, quando a escola Tendai, no monte Hiei, passou a receber apoio da corte e a prática da invocação do nome de Amida começou a ganhar aceitação junto a aristocracia. A doutrina da Terra Pura também crescia e se expandia junto à população, tendo por expoente o monge Kuya (903 a 972 E.C.), que vivia uma vida de peregrino (shami, em japonês), tendo passado pelas zonas rurais até chegar à cidade de Quioto, em 938 E.C., quando começou a professar a salvação através da recitação do nenbutsu (BUSWELL, 2004).

Kuya não havia sido formalmente ordenado e era considerado um hijiri. Contudo, sua forma de incorporar danças populares à invocação de Amida acabou por se tornar um forte meio de disseminação da doutrina da Terra Pura entre o povo,de forma que,no ano 948 E.C., ele é formalmente ordenado monge da escola Tendai(BUSWELL, 2004). O apoio da corte e a popularização da doutrina formaram as bases para que Honen (1133 a 1212 E.C.), já no período Kamakura, fundasse o Budismo da Terra Pura.

Outro fator que influenciou o surgimento da nova escola foi o conceito indiano de mappo, que foi mais bem desenvolvido quando o Budismo chegou à China(NORIYOSHI, 2007). Este conceito referia-se ao final dos tempos do Dharma após três estágios: “o ensinamento genuíno se mantivera por um período de mil anos após a morte do Buda, seguidos por outros mil anos nos quais o Budismo recebeu adesão apenas exterior, levando ao estágio final em que não havia mais nem prática nem realização alguma” (NORIYOSHI, 2007, p. 211).

Havia a crença de que o estágio final se iniciou no ano de 1055 E.C., o que era corroborado pelas penúrias às quais a sociedade do período Heian havia sido submetida em função de guerras, fome e terremotos. Por essa “perspectiva pessimista da humanidade e da história, a doutrina tanto fomentava o desejo de uma reforma budista como oferecia uma base teórica para tal reforma” (NORIYOSHI, 2007, p. 211).