Ofícios Especiais de Celebração

Livro de Ofício

Etiqueta budista de Jodo Shinshu

Acessórios para culto Budista

Ritos de Transição no Japão

Monges e Leigos

Ofícios Especiais

VESAK (dia de Buda)

QUERMESSE (O-bon)

SUSUHARAI E OSOUJI (limpeza de fim de ano)

Nyubutsu Hôyo - (Inauguração do altar em casa)

108 badaladas - Joya no Kane (Oshougatsu - Ano Novo)

Ofícios Especiais de Celebração

Ofício Fúnebre e Ofícios MemoriaisRindyûgongyô e Makuragyô

Ofício Fúnebre – Sôshiki ou Sôgui

Ofícios Memoriais – Hôdi

Ofícios de Meditação

Ofícios Diários

Ofício Matinal – Odindyô ou Oassadi

Ofício da Tarde – Oyûdi

Ofícios anuais

CALENDÁRIO DE OFÍCIOS

1 - JANEIRO

Shûshô-e - Ofício de Ano Novo
Hôonkô
- Ofício Memorial em Homenagem ao Fundador,
Shinran Shonin

2 - FEVEREIRO

Nehan-e - Ofício do Nirvana

3 - MARÇO

Higan-e - Ofício de Passagem para a Margem da Iluminação (Equinócio)

4 - ABRIL

Hanamatsuri/Kambutsu-e – Ofício Comemorativo do Nascimento do Buda Sakyamuni

5 - MAIO

Gôtan-e - Celebração do aniversário de Shinran Shonin, fundador do Shin

7 -JULHO ou AGOSTO

Obon - Ofício de Finados Budista
Eitaikyô - Ofício de Perpetuação do Sutra

9 - SETEMBRO

Higan-e - Ofício de Passagem para a Margem da Iluminação (Equinócio)

12 -DEZEMBRO

Jôdô-e - Ofício de Iluminação do Buda Shakyamuni
Joya-e - Ofício da Passagem de Ano e o Sino da Virada

Ofícios Diários
Nos templos do Shin Budismo da Terra Pura, geralmente, são realizados ofícios diários no período da manhã e ao entardecer.

Ofício Matinal – Odindyô ou Oassadi
Neste ofício diário, primeiramente, é tocado o sino menor, Kanshô, que chama os participantes para o início do ofício. Com o monge em seu posto, cantam-se o Shoshingue e um conjunto de Nembutsu, e os hinos compostos por Shinran Shonin. Em seguida, faz-se a leitura das Cartas do Mestre Rennyo e finalmente, uma prédica do monge. O ofício termina com a recitação dos Princípios do Jodo Shinshu para o cotidiano.

No Templo Matriz, no Japão, no Amidadô (templo onde a imagem central é Buda Amida) é realizado o cântico do Sambutsugue e, em seguida, todos caminham até o Goeidô (templo onde a imagem central é Shinran Shonin) para cantar o Shoshingue, Nembutsu e Wasan. Este ofício inicia-se entre cinco e meia da manhã e seis horas, conforme o período do ano.
No Brasil, sobretudo no Templo Matriz, o ofício matinal é realizado a partir das sete horas.

Ofício da Tarde – Oyûdi
No Templo Matriz em São Paulo, este ofício é realizado a partir das dezesseis horas e quarenta e cinco minutos. Neste Ofício, é realizado o revezamento de leitura de textos mais curtos. E, no final, é cantado um hino budista.


Ofícios anuais

CALENDÁRIO DE OFÍCIOS  Os templos do Shin Budismo da Terra Pura estão abertos ao público em geral, e seus ofícios diários, semanais, mensais ou anuais podem ser freqüentados por todos.

Consulte a programação do templo que deseja freqüentar.

Em muitos templos, os ofícios são realizados em língua japonesa, mas há alguns com prédicas em português.

Ao longo do ano, as seguintes datas são observadas:

JANEIRO

Dia 1° - Ofício de Ano Novo
(Shûshô-e) É o Ofício em que, além de comemorarmos a entrada do novo ano, damos o primeiro passo junto com o Nembutsu na vida de retribuição de gratidão, na alegria de viver com o ensinamento da verdade do budismo.

Dia 16 - Ofício Memorial em Homenagem ao Fundador, Shinran Shonin
(Hôonkô) É o mais importante ofício do Shin Budismo da Terra Pura, no qual prestamos homenagens a Shinran Shonin (1173-1263), seu fundador. Tradicionalmente, no Templo Matriz Mundial – Honzan – cuja sede fica em Kyoto, Japão, realizam-se Ofícios durante sete dias, intercalados com várias atividades como a leitura da biografia do fundador, sermões dos monges, refeições vegetarianas, etc. Os presentes, monges e leigos, ouvem palestras de monges renomados, encontram-se com adeptos de outras regiões e até do exterior e fortalecem os laços de amizade e o espírito de sanga.
No Japão, cada templo costuma celebrar seu próprio Ofício de Hôonkô, entre outubro e dezembro do ano anterior, para assim participar da cerimônia na matriz - Honzan.
No Brasil, a maioria dos templos realiza este Ofício em um único dia, geralmente, em algum final de semana dos meses de outubro a dezembro, pois, tradicionalmente entre os dias 14 e 16 de janeiro todos os monges participam deste Ofício realizado na sede sul-americana, Betsuin, em São Paulo.

FEVEREIRO

Dia 15 – Ofício do Nirvana
(Nehan-e) Neste Ofício é celebrada a data do falecimento do Buda Sakyamuni, - príncipe Sidarta Gautama - que iniciou o budismo há mais de dois mil e quinhentos anos na Índia, legando à humanidade a riqueza dos seus nobres ensinamentos. Ele atingiu o despertar ou iluminação, aos trinta e cinco anos sob a árvore bodhi e faleceu aos oitenta anos.
Como representação concreta histórica (nirmanakaya), ele deixa a forma humana para entrar no nirvana pleno.

Geralmente, os templos realizam este ofício em algum final de semana do mês de fevereiro, conforme o calendário de atividades.

MARÇO e SETEMBRO

Ofício de Passagem para a Margem da Iluminação (Equinócio)

(Higan-e) Duas vezes por ano, o sol corta o equador bem ao meio, fazendo com que dia e noite tenham igual duração. São os equinócios que ocorrem no primeiro e segundo semestres.

Nas duas ocasiões comemora-se o Higan-e, de outono (março) e o de primavera (setembro).

No budismo japonês, “Higan” significa a “margem do Mundo da Iluminação”, isto é, o mundo do Buda. Com a oportunidade que estes ofícios oferecem, buscamos ouvir o Darma para nos libertarmos deste mundo de ilusão e sofrimento e atingir o mundo da Iluminação Búdica. Desta forma, busca-se sair do samsara, o ciclo de nascimentos e mortes no sofrimento a que estamos sujeitos, e atingir o nirvana, a meta budista do nascimento de um ser desperto, de sabedoria e compaixão, emancipado das paixões maléficas e liberto do ego ignorante.

Geralmente, este ofício é realizado em algum final de semana dos meses de março e setembro, conforme o calendário de atividade de cada templo.

ABRIL

Dia 8 – Ofício Comemorativo do Nascimento do Buda Sakyamuni
(Hanamatsuri/Kambutsu-e) Traduzido como "Festival das Flores", o Hanamatsuri é o Ofício Comemorativo do Nascimento de Sidarta Gautama, que se tornou o Buda Shakyamuni. Dentro do templo, monta-se um altar de flores (hanamido) diante do altar principal, representando o Jardim Lumbini, local do seu nascimento, e coloca-se a estatueta do Buda criança, com a mão direita apontada para o céu e a esquerda voltada para a terra. Derrama-se o chá adocicado sobre esta imagem, numa alusão ao nascimento do Buda que - diz a lenda - foi tão jubiloso que provocou uma chuva de néctar. Por esse motivo, esse ofício é também chamado de Kambutsu-e, que significa o rito de banhar o corpo do Buda com chá doce.

Geralmente, este ofício é realizado num final de semana do mês de abril, conforme o calendário de atividade de cada templo.

MAIO

Dia 21 – Ofício Comemorativo do Nascimento do Fundador do Shin Budismo da Terra Pura, Shinran Shonin
(Gôtan-e) É a celebração do aniversário de Shinran Shonin, fundador do Shin Budismo da Terra Pura. Na matriz Honzan, em Kyoto, além dos ofícios religiosos, são programados entretenimentos como o gagaku (música ritualística), o teatro noh e as cerimônias de chá.

Este ofício é realizado, em geral, em algum final de semana do mês de maio, conforme o calendário de atividade de cada templo.

JULHO ou AGOSTO

Obon - Ofício de Finados Budista
(Urabon-e, Obon ou Kangui-e) O Urabon-e , popularmente conhecido como Obon (Finados Budista) tem sua origem no Sutra Ullambana, que narra a estória de Mahamaudgalyayana (em pali, Mogallana, ou Mokuren em japonês), dileto discípulo do Buda Sakyamuni que possuía o poder de visão transcendental. Ao perceber que sua mãe falecida, que se encontrava no reino dos demônios famintos, foi salva pela compaixão do Buda, Mogallana ficou tão extasiado que dançou de contentamento. A partir daí surgiu a dança do Bon-Odori, que são as danças japonesas tradicionais do dia de Obon.

Assim, nesta ocasião em que relembramos os entes falecidos, recebemos a oportunidade de ouvir o Darma e, no regozijo do encontro com o Voto Original do Buda Amida que assegura o nosso nascimento na Terra Pura, expressamos a nossa alegria na forma da dança de Bon-Odori. Por isso a cerimônia é também denominada de Kangui-e, "Reunião de Júbilo".

Geralmente, os templos realizam este ofício em algum final de semana do mês de julho ou agosto, conforme o calendário de atividade de cada templo.

OUTUBRO ou NOVEMBRO

Eitaikyô - Ofício de Perpetuação do Sutra
O Ofício de Perpetuação do Sutra, Eitaikyô, é a oportunidade que recebemos de ouvir o Darma, esclarecidos pelo Sutra, para que assim, o ensinamento do Buda seja passado de geração a geração. Geralmente, há nos templos um livro de registro póstumo chamado “Eitaikyô Daityô”. Nele estão registrados os nomes dos entes falecidos, e quando se faz a oferta de “Eitaikyô Konshi”, um envelope com um valor (pode ser pré-definido ou não, conforme o sistema de cada templo) é entregue ao templo pelos familiares dos falecidos. Esta doação monetária destina-se à manutenção do templo e à sobrevivência do monge e sua família ali, para sustentar suas atividades e, conseqüentemente, perpetuar o Darma.

Geralmente, os templos realizam este ofício em algum final de semana do mês de outubro ou novembro, conforme o calendário de atividade de cada templo.

DEZEMBRO

Dia 8 – Jôdô-e - Ofício de Iluminação do Buda Shakyamuni
É o Ofício que celebra o despertar ou a iluminação do príncipe Sidarta Gautama que, com esse feito, tornou-se Buda Shakyamuni.

Com seu exemplo, o Buda Shakyamuni esclareceu que o objetivo da vida está em cada ser atingir o despertar da natureza búdica de sabedoria e compaixão supremas. Esse dia representa a alvorada da libertação universal da humanidade do sofrimento e da ignorância.

No ensinamento do Shin Budismo da Terra Pura, como é esclarecido que o despertar da natureza búdica ou o atingir do estado de Buda não se deve à nossa força ou virtude, compreendemos este Ofício como uma oportunidade de ouvir o Voto Original do Buda Amida que assegura o nosso nascimento na Terra Pura e faz com que nos tornemos Buda também.

Geralmente, os templos realizam este ofício em algum final de semana do mês de dezembro, conforme o calendário de atividade.

Dia 31 - Joya-e -
108 badaladas - Joya no Kane (Oshougatsu) - Ofício da Passagem de Ano e o Sino da Virada

No dia 31 de dezembro à meia-noite (Oshougatsu), o Ano Novo é recebido pelo Japão com 108 badaladas a partir dos sinos dos Templos Budistas em uma cerimônia chamada como Joya no Kane.

Os templos realizam o ofício de gratidão a todos que nos ajudaram, no decorrer do ano, com reflexão sobre a interdependência de todas as coisas, sobre todos e sobre tudo que tornou a nossa existência possível.

Nos templos que possuem o grande sino, o “bonshô”, é realizada a cerimônia dos cento e oito toques na passagem do ano. Estes simbolizam o desejo de extinguir as cento e oito más paixões do ser humano acionadas durante o ano que passou para que o novo ano seja recebido com esperanças renovadas. Esse ato é chamado de joya no kane, ou seja, "sino da passagem da última noite do ano".

Mas, no Shin Budismo, o toque do Bonshô tem outro sentido. Devido à nossa ignorância, representada nas cento e oito más paixões, esquecemos de tantas coisas importantes da nossa vida... E, assim, na última noite do ano que se encerra, procuramos ouvir o Darma no próprio som do toque desse sino que, soa da seguinte forma: “Gooooonnnn” que tem um som similar à “Goon”, termo japonês para gratidão, benevolência. Pelo menos ao término do ano, procuramos agradecer, na recitação do Nembutsu e ouvindo o Darma no próprio toque do Bonshô, todas as benevolências e dádivas recebidas durante o ano.

Nos templos do Brasil, é mais comum encontrar o sino menor, “Kanshô”. Assim, no Ofício de Joya-e, após a leitura de um pequeno sutra ou texto sagrado é tocado o Kanshô.

Segundo a tradição budista, as 108 badaladas fazem referência aos 108 desejos existentes no ser humano.

Se referem aos seis sentidos (visão, audição, olfato, paladar, tato e consciência), multiplicado por três reações (positivas, negativas ou indiferentes), que dá um total de 18 “desejos”.

Cada um desses desejos pode estar “ligado ou separado do prazer”, portanto multiplica-se por 2, dando um total de 36 “desejos”.

Cada um desses desejos pode se manifestar no passado, presente ou futuro, portanto multiplica-se 36 por 3, dando como resultado 108.

Este número é muito frequente nas crenças religiosas indianas, portanto quando o budismo chegou ao Japão (a cerca de 400 aC), este número também passou a fazer parte de várias tradições budistas.

O soar das 108 badaladas, para a maioria dos japoneses, até mesmo os não budistas, significa uma forma de purificação e de saudar o Ano Novo que está chegando.

Durante a cerimônia nos templos, é comum as pessoas comprarem o Omikuji, uma espécie de oráculo, que ficam espalhados em uma caixa e que são escolhidos aleatoriamente.

Nesse papel vem escrito a sorte da pessoa que escolheu.

A tradição manda que depois de ler sua sorte, as pessoas amarrem o papel em paus, cordas, galhos, etc. em algum lugar no terreno do santuário.

Por isso que encontramos centenas e até milhares de papeis pendurados nos galhos das árvores próximas aos templos.


Ofícios Especiais de Celebração

São ofícios realizados em datas significativas para uma pessoa, família ou comunidade como, por exemplo, na inauguração de um templo, um imóvel comercial ou residencial, um oratório residencial, aniversários de nascimentos, bodas, ingresso na faculdade, formatura, etc., em que temos a oportunidade de ouvir o Darma e, na recitação do Nembutsu, nos alegramos e agradecemos ao Buda Amida pelo Voto Original de salvação universal.

Ofício de apresentação de criança ao templo - Shosan Shiki
Nessa ocasião os pais apresentam formalmente seu filho ou filha ao Buda e à sangua. A cerimônia pode ser particular ou em grupo. Alguns templos incorporam esse ofício ao Hannamatsuri ou ao Gotan-ê.

Ofício de Casamento - Kekkonshiki

A celebração do casamento é um evento que marca a vida dos noivos e seus familiares

A cerimônia de casamento budista é uma mistura das tradições japonesas e brasileira.

Novos rituais foram introduzidos e alterados, como uso do vestido de noiva, a troca de alianças, além da presença de padrinhos e madrinhas. Essa interação torna o casamento budista muito flexível, adaptado às necessidades e aspirações do casal.

A cerimônia tradicional se inicia com 10 toques do sino grande (bonshô) e a entrada dos noivos, que se posicionam na frente do altar do Buda Amida. Os pais e padrinhos se posicionam na lateral do altar. O oficiante reverencia o Buda, na recitação do sutra Sanbujô. O casal também recita um sutra, oferece incenso e troca alianças e nenjus (rosários budistas). Pode ser feito opcionalmente o ritual de oferecimento de saquê.  Ao final, o casal lê os votos de casamento, que é feito em conjunto com o Monge, e junto com os pais e padrinhos assinam o Livro.

A cerimônia no Templo privilegia a naturalidade e espontaneidade da união, convidando o casal a participar plenamente na cerimônia, seja na redação conjunta dos votos com o Monge e na meditação prévia sobre o significado da união em suas vidas.

Pode-se ainda realizar a festa no salão ou no ambiente tranqüilo e harmônico do jardim do Templo.

O monge também pode ser requisitado para participar das cerimônias em outros locais fora do Templo.

Ofício de Iniciação - Kikyoshiki

O Kikyôshiki informalmente denominada de auto-apresentação ao Buda, é uma cerimônia solene e segue uma tradição milenar, é uma cerimônia oficiada pelo Gomonshu, o Patriarca do Shin Budismo da Terra Pura.

A cerimônia é realizada em frente ao altar do Buda Amida.

Ao tomar refúgio nos Três Tesouros: A Luz do Buda, Os Ensinamentos do Darma e a Fraternidade da Sangha ou comunidade budista, a pessoa recebe seu nome búdico, ou homyo, confirmando assim seu ingresso no Caminho do Nembutsu.

Nela se realiza, simbolicamente, a tonsura (à época do Buda Shakyamuni, os monges raspavam a cabeça, tornando-se assim discípulos do Buda) com três toques de uma navalha de lâmina sem fio simbolizando a tomada de refúgio nos três tesouros do Budismo: Buda, Darma e Sanga.

Por esse motivo, esta cerimônia é chamada popularmente de “Okamissori” (raspar a cabeleira).

Nesta cerimônia, nos tornamos, oficialmente, adeptos leigos desta Sanga e assumimos, ante a imagem do Buda Amida, o compromisso de seguir os ensinamentos do Nembutsu, entregando-nos plenamente ao Voto Original do Buda Amida que nos abraça e jamais nos abandona até o nosso nascimento na Terra Pura onde nos tornamos Buda.

Após a tonsura simbólica da cabeça, recebemos um nome búdico (hômyô), confirmando o ingresso no Caminho do Buda.

Após a Cerimônia, o Monge se reúne com os iniciados para uma reflexão conjunta sobre o significado do Nome Búdico de cada um.

Homens, mulheres e crianças que querem seguir uma vida guiada pelos princípios budistas são convidados a se unir a tantos outros seguidores com as mesmas aspirações.

Esta cerimônia é realizada somente pelo Patriarca, o monge da hierarquia máxima do Shin Budismo, residente no Japão.

No Brasil, o Superintendente da Federação Budista Sul Americana Jodo Shinshu Honpa Hongwanji (Sôtyô) possui a autonomia de substituí-lo e realizar uma cerimônia similar, chamada de “Kieshiki”.

O Kieshiki pode ser realizado individualmente, ou em grupo, no templo matriz, em São Paulo, ou nos templos do interior em ocasiões especiais.

Quando há a visita oficial do Patriarca nos países sul americanos, sobretudo no Brasil, geralmente, as cerimônias de Kikyôshiki são realizadas nos templos visitados.

Ofício de Celebração

Todo momento pode ser especial. Quando as pessoas são capazes de encarar a vida de forma mais consciente despertam para o agradecimento, para o reconhecimento do viver plenamente o aqui e agora.

No Shin Budismo, os praticantes podem solicitar um ofício para expressar sua profunda gratidão por alguma ocasião importante, seja ela a inauguração de um novo lar, formaturas, bodas ou aniversários por exemplo.

VESAK (dia de Buda)

O nome é derivado do termo Pali, vesākha ou sânscrito, vaiśākha , que é o nome do quarto mês lunar usado na Índia antiga, caindo entre abril e maio, em dia de lua cheia. Nas tradições budistas Mahayana, o feriado é conhecido por seu nome em sânscrito (Vaiśākha) e suas variantes derivadas.

No Dia de Vesak, budistas do mundo todo comemoram três datas marcantes na vida do Buda que aconteceram nessa lua cheia: o nascimento, a iluminação (estado de Buda-Nirvana) e o falecimento (Parinirvana) de Buda Shakyamuni. Em 1999, a Assembleia Geral da ONU, em sua resolução 54/115, instituiu o dia 10 de maio como Dia do Vesak, pela contribuição espiritual do Budismo à humanidade.

No Vesak, tradicionalmente no Oriente, budistas devotos e seguidores se reúnem em seus templos antes do amanhecer para o hasteamento cerimonial e honroso da bandeira budista e o canto de hinos em louvor às três joias sagradas : O Buda, o Dharma (seus ensinamentos) e a Sangha (seus discípulos). Os devotos podem levar oferendas simples de flores, velas e incensos aos pés de seu professor (Puja). Essas oferendas simbólicas são para lembrar que, assim como as belas flores murcham depois de um curto período, e as velas e incensos logo queimam, também a vida está sujeita à decadência e destruição (impermanência).

Além disso, pássaros, insetos e animais são libertados aos milhares, no que é conhecido como um ‘ato simbólico de libertação’ de dar liberdade àqueles que estão em cativeiro, presos ou torturados contra sua vontade. Alguns budistas devotos vestem roupas brancas simples e passam o dia inteiro em templos com determinação renovada de observar os preceitos, e se comprometem a levar uma vida nobre de acordo com o ensinamento, a prática da moralidade, simplicidade e humildade.

No Templo Shin Budista de Brasília a comunidade comemora o Vesak juntamente com Embaixadores e representantes de vários países budistas, de diferentes escolas, residentes em nossa cidade. Uma cerimônia religiosa é realizada e posteriormente os representantes das Embaixadas e a comunidade confraternizam com comidas típicas de seus países envoltas numa decoração baseada nas tradições e símbolos da data.

QUERMESSE (O-bon)

A tradicional Quermesse do Templo Shin Budista de Brasília, realizada durante o mês de agosto, é uma adaptação brasileira do O-bon (ou Urabon), um costume budista japonês que homenageia os antepassados falecidos. Trata-se de um momento dedicado à lembrança e agradecimento ao que eles fizeram por nós, reconhecendo sua importância em nossas vidas. Por isso, celebramos em comunidade com muita alegria.

A origem da festa está na recomendação feita pelo Buda Sakyamuni a um dos seus discípulos, Mokuren (Maudgalyayana em sânscrito). Dotado de grande sensibilidade sensorial, Mokuren estava preocupado por ter visualizado sua falecida mãe presa ao mundo dos fantasmas famintos, um dos seis mundos do sofrimento. Quando procurado, o Buda lhe disse: “Em amor a você, sua mãe fez até mal a outros seres para lhe deixar uma fortuna como herança. Mas não se preocupe mais. Use esta herança para oferecer uma festa magnífica para a comunidade. A alegria do povo libertará sua mãe”. Consta que Mokuren ficou tão alegre que bateu as palmas das mãos e dançou alegremente.

Inspirada por este ensinamento e movida pelo espírito do voluntariado, a comunidade do Templo organiza a Quermesse há quase 50 anos e retribui com sorrisos e acolhimento as doações recebidas, fundamentais para a manutenção e continuidade das atividades realizadas ao longo do ano. O evento é aberto à população local e oferece uma programação diversa voltada para a cultura japonesa, com ofícios budistas, meditação, música, dança, exposições, oficinas e gastronomia. Nos vemos na próxima edição!
 

SUSUHARAI E OSOUJI (limpeza de fim de ano)

Faz parte da tradição, praticar Osouji e Susuharai, ou seja, fazer uma verdadeira faxina em casas, santuários ou empresas. Para o povo japonês, é primordial começar o Ano novo com tudo limpo, afinal, limpeza lembra purificação e esse processo muitas vezes se inicia com um mês de antecedência. Acredita-se que dessa forma, estaremos varrendo as manchas físicas e espirituais do ano que está por acabar, para então entrar no Ano Novo com o ambiente purificado e com boas energias.

Aqui também fazemos a limpeza do Templo, ocasião em que membros da comunidade são convidados a participar das atividades de diferentes formas, o que torna a limpeza também uma confraternização entre todos. *=Japão em Foco.

108 badaladas

No dia 31 de dezembro à meia-noite (Oshougatsu), o Ano Novo é recebido pelo Japão com 108 badaladas a partir dos sinos dos Templos Budistas em uma cerimônia chamada como Joya no Kane. Segundo a tradição budista, o número faz referência aos 108 desejos existentes no ser humano. Se referem aos seis sentidos (visão, audição, olfato, paladar, tato e consciência), multiplicado por três reações (positivas, negativas ou indiferentes), que dá um total de 18 “desejos”. Cada um desses desejos pode estar “ligado ou separado do prazer”, portanto multiplica-se por 2, dando um total de 36 “desejos”. Cada um desses desejos pode se manifestar no passado, presente ou futuro, portanto multiplica-se 36 por 3, dando como resultado 108. Este número é muito frequente nas crenças religiosas indianas, portanto quando o budismo chegou ao Japão (a cerca de 400 aC), este número também passou a fazer parte de várias tradições budistas. O soar das 108 badaladas, para a maioria dos japoneses, até mesmo os não budistas, significa uma forma de purificação e de saudar o Ano Novo que está chegando. Durante a cerimônia nos templos, é comum as pessoas comprarem o Omikuji, uma espécie de oráculo, que ficam espalhados em uma caixa e que são escolhidos aleatoriamente. Nesse papel vem escrito a sorte da pessoa que escolheu. A tradição manda que depois de ler sua sorte, as pessoas amarrem o papel em paus, cordas, galhos, etc. em algum lugar no terreno do santuário. Por isso que encontramos centenas e até milhares de papeis pendurados nos galhos das árvores próximas aos templos.

No nosso Templo Shin Budista, a cerimônia das 108 badaladas, que já virou tradição há vários anos, é feita pelo Monge e membros da comunidade presente ao evento. Na ocasião, além do Ofício tradicional há confraternização entre todos com comidas e bebidas ofertados por todos.


Inauguração do altar em casa - Nyubutsu Hôyo
 
Esta é a cerimônia de entrada do Buda Amida em nossa casa e inspira um profundo sentido espiritual. A orientação do Buda aprofunda a nossa compreensão do cotidiano e nos desperta para as condições que sustentam a nossa vida.

Ao contrário da cerimônia de iniciação, que expressa uma determinação individual e íntima, a entrada do Buda Amida em nossa casa representa um ato aberto de escolha espiritual e de compromisso social assumido.

Nossa casa também passa a ser a casa do Buda Amida e isto representa um ato de coragem diante de uma sociedade em que o budismo não prevalece. Pode ser uma oportunidade não só de manifestar o nosso compromisso, como também estabelecer um diálogo verdadeiro e harmonioso com as diferentes orientações dentro de nossa própria família.

Como o ensinamento é o cerne da nossa vida diária, o altar deve ser colocado num local central e de fácil acesso. Pode-se ainda colocar a vela (no lado direito) e as flores (no lado esquerdo), ou alguma oferenda, como arroz ou frutas. O mais importante é  o que a presença do Buda em nossa casa pode irradiar para a nossa vida, dos que  nos rodeiam e de toda a sociedade.

Pode-se requisitar a presença do monge para o ritual básico de recitação e meditação, com oferecimento de incenso.


Ofício Fúnebre e Ofícios Memoriais – Rindyûgongyô e Makuragyô

O Rindyûgongyô é um ofício realizado junto à pessoa em seu leito de morte. Antes que ela dê o último suspiro, os membros da família, junto com o monge, realizam a leitura de sutra ou texto sagrado, para que até mesmo o último momento seja uma oportunidade de ouvir o Darma e de agradecer à Compaixão do Voto Original do Buda Amida que assegurou toda a sua vida e, agora, na sua morte, fará com que, infalivelmente, nasça na Terra Pura. Para os familiares é o momento mais difícil da vida, o momento da despedida de um ente querido, mas que deve ser feito com muito respeito e gratidão por tudo que ele significou nesta vida e, após a sua morte, tornando-se Buda, passará a orientar todos os que aqui ficam para o Caminho da Terra Pura. Portanto, na oportunidade deste ofício, os familiares recebem dele o último ensinamento budista, isto é, a verdade sobre a transitoriedade desta nossa vida terrena! Esta vida é única, não pode ser repetida nem substituída por ninguém! Nesta reflexão, podemos nos conscientizar sobre a importância de nos dedicar cada vez mais a ouvir o Darma e conduzir o dia-dia da nossa vida junto ao Nembutsu.

Porém, com o passar do tempo, tornou-se cada vez menos freqüente presenciar o momento final da vida de entes queridos. Assim, hoje em dia, é muito raro realizar o Rindyûgongyô. E, em virtude disso, passou-se a realizar o Makuragyô ou Makurakyô que significa, literalmente, “sutra de travesseiro”. Este ritual consiste na leitura do sutra logo após o falecimento da pessoa, enquanto ela ainda se encontra sobre o travesseiro. Porém, em verdade, até mesmo o Makuragyô está se tornando cada vez mais incomum hoje em dia.

Ofício Fúnebre – Sôshiki ou Sôgui

O Ofício Fúnebre, Sôshiki, é realizado de corpo presente na residência do falecido, no templo, ou em velório antes da cremação ou sepultamento. O ofício consiste em uma série de rituais que se iniciam com a entronização de um envelope com o Nome do Buda Amida e os dados da pessoa falecida, inclusive, o nome búdico (caso a pessoa não tenha recebido em vida participando na Cerimônia de Tomada de Refúgio, Kikyôshiki, ela receberá neste ofício fúnebre) que passa a ter importância maior para se referir ao ser que agora se tornou Buda. No ofício, em geral, é cantado o Shoshinguê, enquanto os familiares e os demais presentes oferecem incenso ante o altar do Buda Amida. Após as condolências e o tributo, o monge transmite o Darma iniciando ou terminando com a leitura das “Cartas do Mestre Rennyo”, em especial, do “Capítulo sobre as Cinzas Brancas”. O ofício encerra-se com o cântico do hino “Mihotoke ni idakarete”. Depois, o corpo é preparado e conduzido para o crematório ou cemitério. E, minutos antes de ser sepultado ou cremado, faz-se um breve ritual com leitura de Gatha, antes da despedida final.

Assim como nos ofícios Rindyûgongyô ou Makuragyô, este momento de extrema tristeza, principalmente para os familiares que ficaram, é, por outro lado, também o momento mais importante de nossa vida, pois, recebemos a chance de ouvir os ensinamentos do Buda e encontrar o verdadeiro caminho pelo qual valorizamos nossa vida através do ensinamento que o próprio falecido nos transmite: a verdade sobre a vida, transitória e passageira, que só poderá ser de fato valorizada no encontro com o Darma.

Ofícios Memoriais – Hôdi

Os Hôdis são os Ofícios Memoriais que sucedem ao falecimento de uma pessoa. Nessa ocasião, a família, parentes e amigos do falecido reúnem-se para relembrar saudosamente a memória do ente querido, seja no templo ou na residência, tendo assim, a oportunidade de ouvir o Darma ao cantar Sutras, ouvir a leitura do Gobunsho (as Cartas de Rennyo Shonin) e a prédica do monge oficiante. Passado o instante da dor e tristeza da perda, segue-se o momento de reflexão mais serena sobre a verdade a respeito da vida e da morte, e de agradecer ao falecido por tudo que ele significou na vida de cada um. E, que, agora, nascendo na Terra Pura e tornando-se Buda, nos proporciona o momento do nosso encontro com o Darma através destes ofícios memoriais.

O primeiro desses ofícios é chamado de Ofício Memorial de Sétimo Dia, realizado exatamente no sétimo dia de falecimento, isto é, incluindo o dia do falecimento. Na tradição budista este ofício é repetido a cada sete dias até completar o ciclo de sete semanas. Porém, hoje em dia, a maioria das famílias realiza somente o ofício de quarenta e nove dias. Torna-se cada vez mais comum antecipar até mesmo o ofício do primeiro dia do ciclo de sete que é realizado logo após o término do sepultamento do corpo, ou seja, assim que termina o ofício fúnebre.

Dos ofícios memoriais sucessivos, há ainda o Ofício de Cem Dias de Falecimento. Depois os ofícios passam a ser realizados no ciclo dos seguintes anos: primeiro, terceiro, sétimo, décimo terceiro, décimo sétimo, vigésimo quinto, trigésimo terceiro e quinquagésimo aniversários de falecimento. Nestes Ofícios dos anos especiais de falecimento, deve-se atentar para a seguinte questão: o Ofício de Primeiro Ano é realizado quando se completa um ano de falecimento da pessoa. Mas, já no seguinte ano, é realizado o Ofício do Terceiro Ano, uma vez que a contagem é realizada incluindo o próprio ano do falecimento da pessoa. Assim, depois de dois anos é realizado o Ofício de Terceiro Ano, e após seis anos é realizado o Ofício de Sétimo Ano de falecimento e assim por diante. Após o Ofício de Qüinquagésimo Ano de falecimento são realizados especialmente a cada cinqüenta anos, isto é, Ofício de Cem Anos, Cento e Cinqüenta Anos e assim por diante. É preciso lembrar sempre que o próprio ano do falecimento da pessoa deve ser incluído nas contagens. Além dos ofícios memoriais citados, há, na tradição budista, o Shôtsuki Meiniti Hôyô, um Ofício Memorial realizado anualmente na data (mês e dia) de falecimento da pessoa. Há também o Meiniti Hôyô que é Ofício Memorial Mensal, realizado no dia do falecimento da pessoa. E, finalmente, há o Tsuitô Hôyô que pode ser realizado sem se preocupar com essas questões do mês ou dia de falecimento da pessoa, a qualquer momento.

Memoriais / Missas de Falecimento

Na origem o correto ritual budista era a realização de cerimônias a cada 7 dias após a morte, até o 49º dia. Mas hoje em dia como familiares e amigos raramente conseguem atender várias cerimônias semanais, poucas famílias ainda seguem tal rito. A regra atualmente é realizar as missas de 7º e a de 49º dia após o falecimento.
Depois da missa de 49º dia, realiza-se a do 100º dia do falecimento, e a do primeiro ano do falecimento. Depois do primeiro aniversário do falecimento, os anos em que são celebrados os principais serviços variam um pouco dependendo da seita – há famílias que realizam missas anuais até 5 anos após o falecimento. Boa parte dos japoneses, entretanto, procura realizar as missas de 3 anos (essa é realizada quando completa 2 anos, ou seja, um ano após a missa de 1º ano – pelo costume de realizar sempre antes), 7 anos, 13 anos, 17 anos, 23 anos, 27 anos, 33 anos e de 50 anos de falecimento. No Brasil ainda existem famílias que respeitam o calendário de missas de falecimento budistas.
Após 50 anos, acredita-se que o espírito do falecido perde sua individualidade e se funde com os espíritos de seus ancestrais em outro plano. Tradicionalmente, após tais missas serve-se chá com alimentos leves – reflexo do dever de hospitalidade observado pelos familiares do falecido, pelo fato de que as pessoas viajavam de longe para vir a tais missas (costume erroneamente confundido com “festa” no Brasil).
Além das missas de aniversário de falecimento, os japoneses celebram seus mortos no Obon – Finados, o segundo maior feriado nacional do Japão (só é menos comemorado que o Ano Novo). É um feriado de três dias em agosto, no pico do verão, época em que os japoneses acreditam que as almas de seus antepassados retornam para visitar seus lares, e que por isso as pessoas procuram retornar a suas cidades de origem e visitar parentes. Além de realizar missas e visitar cemitérios, as famílias participam de festivais com danças, fogos de artifício e acendem lanternas de papel que flutuam em mini-barcos nos rios, para homenagear entes queridos que já partiram.
No Brasil parte das famílias de descendentes de japoneses preserva o culto aos antepassados, principalmente fazendo as visitas a familiares e aos cemitérios na época de Finados, embora a data do feriado seja diferente da japonesa – 2 de novembro. No meses de julho e agosto, comunidades nipo-brasileiras realizam Matsuris, festivais similares aos realizados no Japão e mantêm a prática do Bon Odori (Dança de Finados, dança circular realizada por toda a comunidade para homenagear os antepassados).

Missas Memoriais

O culto aos antepassados é uma parte importante do budismo. Assim se realizam missas periódicas em memória do falecido.

As demais missas representam uma homenagem periódica ao falecido, celebrando sua evolução constante, firme “como a junta de um bambu”. Notar que, excetuando os últimos números 25, 27, 33 e 50, todos os outros são primos, ou seja, só divisíveis por si e por 1:

Sempre na véspera

Pela tradição, as cerimônias são realizadas sempre na véspera da data, ou seja, a missa do 7º dia será realizada no 6º dia, a missa de 49º dia será realizada no 6º dia, a missa do 49º dia será no dia 48º dia, a de 1 ano será alguns dias antes de completar um ano, a de 3 anos será no 2º ano, etc.

Isto porque costumam contar os dias ou ano do falecimento como 1, desprezando-se o zero. Pelo mesmo motivo, os japoneses costumam contar a idade a partir do nascimento começando do 1.

Homenagem

O budismo considera que as missas são uma homenagem ao falecido, e que nessas ocasiões deve-se reunir os familiares e amigos, que muitas vezes não se encontrariam de outra forma. Reunir pessoas que tinham laços com o falecido significa a continuidade do elo que sempre existiu entre elas.

Alimentos: o que servir no dia da missa

Em princípio, o hábito de servir comida aos que comparecem às missas é antigo, mas não é obrigação. É uma maneira carinhosa da família oferecer alguma coisa para os presentes, principalmente para os que vieram de longe. Antigamente, vir de longe significava muitas vezes andar mais de um dia no meio do mato. Daí, não há parâmetros para o que você deve servir, mas o bom senso indica que deve-se servir algo que os convidados apreciariam. Não há proibição: carne pode, camarão pode, sashimi pode, fritura, sorvete… Nos templos budistas, a reserva é feita “para o chá” e é de uma hora. Há famílias que servem manjuu, moti, ponkan, enfim, petiscos para acompanhar o chá, que é providenciado geralmente pelo templo.

Normalmente, nas missas são mais  comuns: makizushi, inairzushi, coxinha, espetinho (porque são mais fáceis para comer). Somen, udon, lámen também podem ser apreciados, mas lembre-se que, se for num templo, você só tem uma hora para servir os convidados, para comer, e limpar o espaço para a próxima missa. Daí, a maioria opta por “fast-food”, que são os citados acima. Além disso, o que sobra pode ser fácilmente dividido entre as famílias presentes. Para facilitar, é bom levar embalagens descartáveis para as sobras.

Como funciona o pedido de missa no Templo ou em outro local

Deve-se ir ao templo budista para marcar a data da missa. Os templos são mantidos principalmente através de doações que recebem nas cerimônias, por isso, deve-se deixar um “orei”, ou seja, um valor em agradecimento, mas esse “orei” pode ser levado no dia da missa. Quanto? Para não errar, é bom perguntar no templo o valor que as famílias costumam deixar como “orei’. Além disso, se o falecido não tiver realizado a missa anterior num templo budista, ele não terá o “ihai”, uma tabuleta de madeira com o nome budista do falecido, nome da família e a data de falecimento. O “ihai” precisa der adquirido no templo e o monge precisa criar um nome budista e gravá-lo com pincel.

Ao marcar a missa, verifique a disponibilidade da sala de chá para reunir a família depois da missa. O tempo reservado para cada família é de 1 hora. Informe quantos convidados virão, pois o templo precisa preparar o chá e as cadeiras suficientes. Como em qualquer evento, pode-se pedir para ver a sala (em alguns templos existem várias salas de tamanhos diferentes). O chá também tem custo, portanto, pergunte o valor.

No dia da missa, deve-se levar o “ihai” do falecido e algum doce, fruta ou salgado, para ser colocado como “osonae” ou “obutsuzen”, oferenda para o falecido, para ser colocado no altar. No Japão, existem à venda kits de “osonae”, com docinhos simulando flores e frutas.

A missa também pode ser feita em outro local, e para isso, veja a disponibilidade do monge e como ele fará o transporte. O valor do “orei” também deve ser perguntado.


Ofícios de Meditação

SEQUÊNCIA BÁSICA DO OFÍCIO DE MEDITAÇÃO CANTADA

1.Oferecimento de Incenso quando entrar na nave.

2.Toque do sino pequeno kanshô

3.Início da Meditação Cantada

3.1.Postura de reverência:Levantar o Livro de Ofício até a altura da testa e abri-lo. Fazer o mesmo movimento na hora de fechá-lo.

3.2.Cantos (em sequência):

Shinshu Shuka(L.O. p. 146)

Instrução de canto:Ler a 1a, 2a, 3a e 4a linhas de cada partitura sucessivamente

Após o canto, leitura da tradução.

Shoshinge(L.O, p.21) Instrução de canto:L.O, p. 6.

Atenção plena na respiração:inspirar ao início de cada linha.

Manter a postura reta, equilibrada, pés firmes no chão.

Nembutsu (L.O, p.51)

Leitura do Ekô, transmissão de méritos (L.O, p.59)

4.Contemplação da Luz do Buda Amida

5.Fala do Monge

6.Leitura de uma Carta de Rennyo

7.Canto Ondokusan (L.O. p.148), seguido de leitura da tradução

8.Leitura dos "Preceitos do Shin Budismo da Terra Pura para o cotidiano" (L.O. p. 14)

9.Avisos

10.Chá