Sob a sua orientação, monges e laicos reuniam-se diante de uma imagem de Buda Amitaba e faziam os votos de renascer no paraíso ocidental. Huy-yuan é assim considerado o primeiro patriarca desta escola, que se caracteriza pela ênfase na importância da fé no poder e na compaixão do Buda Amitaba, o Buda da Luz Infinita (em chinês O-mi-t'o, em japonês Amida). Este Buda não é considerado uma personagem histórica desta época, como Shakyamuni, mas, de certa forma, um Buda mítico.
Hui-yüan não pretendia fundar uma escola, mas apenas incentivar as as pessoas a gerar o voto renascer na Terra Pura. Os textos fundamentais desta tradição são os dois Sukhavati-vyuha Sutras (um menor e outro maior) e o Amitayur-dhyana Sutra.
O objetivo dos adeptos desta tradição é obter o renascimento na terra pura do Buda Amitaba. No Mahayana, as "terras puras" ou terras de Buda são domínios de manifestação criados pelos Budas. Nas crenças populares, estes paraísos têm uma localização geográfica mas, fundamentalmente, e de acordo com alguns comentários da escola Mahayana, simbolizam aspetos de um estado mental desperto.
Os principais Sutras desta tradição são os dois Sutras Sukhavati-vyuha (o Sutra da Vida Incomensurável, mais longo, e o Sutra de Amitaba, mais breve, por sua vez considerados uma forma abreviada do Sutra do Lótus) e o Sutra Amitayur-dhyana (o Sutra da Contemplação da Vida Infinita). Segundo estes textos, um monge chamado Dharmakara teria feito 48 votos diante de Lokeshvara-raja, o 53.° Buda. Este monge, que viria a tornar-se no Buda Amitaba, fez então o voto de salvar todos os seres sensíveis e de levá-los para uma Terra Pura localizada no ocidente. Este paraíso seria um lugar completamente livre do sofrimento e com as condições ideais para atingir a iluminação.
T'na-luan (jap. Donran), 476-542, contribuiu consideravelmente para
o desenvolvimento desta escola. Considerava que num tempo de
deterioração do ensinamento budista o esforço pessoal não seria
suficiente para atingir a libertação. Rejeitou a "via dura" das
outras escolas budistas e preconizou a "via fácil" ou a "via da fé"
na qual se coloca a confiança na ajuda externa do Buda Amitaba.
Segundo T'na-luan, bastaria recitar o nome de Amitaba com profunda
devoção para obter um renascimento no paraíso ocidental.
Shan-tao (jap. Zendo), 613-81, é considerado o verdadeiro fundador
da escola Terra Pura enquanto instituição organizada. Compôs
importantes comentários ao Sutra Amitayur-dhyana e durante o seu
tempo a escola desenvolveu-se significativamente, já que a prática
que preconizava, comparada com a das outras escolas, parecia
relativamente acessível. A prática consiste principalmente na
recitação do nome do Buda Amitaba (nembutsu) e na visualização do
seu paraíso. Esta prática viria igualmente a ser adotada por outras
escolas do
Budismo chinês e japonês e esteve na origem de uma rica tradição
de arte budista, a da representação do paraíso de Amitaba. Esta
corrente viria a tornar-se a mais popular forma de budismo na China e
sobretudo no
Japão, sendo também conhecida como Amidismo - de Amida, o nome
japonês de Amitaba.