FAZENDA "KYLRUE"

CULTURA DO BICHO DA SEDA

TESTAMENTO

Lourenço Belfort teve notável atividade no Maranhão.Foi Almotacé em 1744, 1750 e 1754; Vereador em 1753 e 1759 e Juiz de Fora interino.

Fundou na margem esquerda do Itapicurú uma importante fazenda, “Kylrue”, dotando-a de igreja e cemitério, como prova o seu requerimento de 7 de setembro de 1769 dirigido ao Vigário Geral do Bispado, Dr. Barboza Canaes, em que pedia licença para benzer a Capela, cuja obra já se encontrava terminada, tendo oitenta palmos de cumprimento e tinta e cinco de largura, com coro, púlpito, tribunas e sacristia; toda forrada e coberta de telhas.Por despacho do Cabido de 23 de fevereiro de 1770, foi concedida licença para se celebrar o santo sacrifício da missa e mais ofícios divinos.As custas dos autos montaram a 1.003 réis. Com o correr do tempo e dos anos, ruiu este templo, já com o nome de Capela de São Patrício.Hoje ainda existem unicamente as paredes principais, e pertencem a uma das fazendas do Barão de Anajatuba.Foi o precursor, naquela Capitania, da criação do bicho da seda, dedicando-se também em larga escala, à cultura do arroz, anil, algodão.Instalou ainda a primeira fábrica de atanados, na Praça do Mercado ponde esteve o Teatro Público, em São Luiz.Foram tais as suas atividades no mundo dos negócios, que um poeta anônimo maranhense lhe dedicou os versos seguintes:

“Ainda se praticou outro projeto,

Por fazer a lavoura mais rendosa,

Fazendo vir da Europa aquele insecto,

Que fia a rica seda preciosa:

Altissimas palmeiras

Dão lugar as frondosas amoreiras,

Que dão pasto agradavel

Ao frondifero povo innumeravel

Porem o clima d’esta zona ardente, (375)

n’uma reprodução continuada.

Atenua prolifica semente

E nunca pôde ser climatisada:

Só uma porção fia,

Que à Capital Lusitana envia,

De que o Rei entendido,

Para honrar o autor, faz um vestido. “

 CULTURA DO BICHO DA SEDA

Sobre a interessante cultura do bicho da seda, de que foi Lourenço Belfort o precursor, encontramos documentação:

“ Logo nos primeiros tempos em que entrei a Governar este Estado, me derão noticias deque em alguns matos délle, se creavão Bixos daq Seda Sylvestres, a qual seda excedia na bondade aos que se creavão na Europa.Como isto erão vozes vagas enunca me foi possível ver nem o Bixom,  nem a seda que elle produzia, não dei aquella nova todo o pezo que ella merecia. – Agora porem fiquei não só certo na verdade della, mas completamente instruído desta importantíssima matéria, a qual vou participar a Va.Exa. na mesma forma que aqui me foi prezente. – Achase na Cidade de Sã Luiz do Maranhão, cazado, e summamente bem estabelecido hum Irlandez chamado Lourenço Belfort, homem bastante instruído e summamente curioso, o qual entre outros estabelecimentos utillissimos que tem intentado e feito naquella Cidade, tem trabalhado muito pôr empraxe o da creação do Bixo da Seda, e depois fazer exactissimas diligencias sobre esta matéria, escreveu ultimamente ao Secretario deste Governo, não só dandolhe a instructiva e clara noticia de que remetto a Va.Exa. a copia, mas mandondo me amim por via Governador daquela Capitania amostra da Seda que produzem aqueles bixos, que dentro desta remetto a Va.Exa., a qual pella averiguação que faz o dito Belfort exceda na bondade em muito a da Europa. Si este homem fizer este estabelecimento. Na minha estimação renderá a Sua Magestade e ao comum de todo o Reyno, hum relevante serviço como Va.Exa. muito comprehende, e eu reputo ainda mais interessante do que se descobrisse minas de Diamantes naquele continente. – O ponto está em que não fique só em coriozidade, mas que se reduza a effeito útil, e geral a todos os moradores deste Estado, para em conseqüência a ser a todo o Reyno. Ocorrame que poderia ser muy conveniente, que sua Magestade lhe mandasse louvar ozello e prometerlhe algúas mercês se elle fizesse aquelle estabelecimento, e opozesse em termos de todos os moradores poderem trabalhar nelle, em beneficio comum não só destas terras mas do mesmo Reyno, e das mais Conquistas,Sua Magestade comtemplando altamente esta importante matéria, dará aquellas providencias que julgar mais proprias ao seu Real Serviço e ao bem comum dos seus Vassallos. Deos Guarde a V.Exa. muitos annos.Pará, 22 de Outubro de 1757 (*).

Alem das atividades agrícolas e comerciais, Lourenço Belfort exerceu altas funções militares, obtendo o posto de Mestre de Campo, para o qual foi nomeado a 22 de Agosto de 1768 por Fernando Pereira Leite de Foyos, então no Pará. Muito antes tinha ido ao Pará como Capitão de tropa de resgate de índios.

(*) “Correspondência dos Governadores do Pará com a Metrópole”. (Primeira Série 1752-1757,  in  “Anais da Biblioteca e Arquivo Publixco do Pará”, Tomo 5º, pág.312, Pará, 1906. (376)

Por falecimento de sua consorte D.Izabel de Andrade, contraiu segundas núpcias, no dia 22 de Setembro de 1743, na cidade de São Luiz do Maranhão, com D.Ana Teresa de Jesus, filha do Capitão Felipe Marques da Silva e Rosa Maria do Espírito santo, conforme se vê da certidão abaixo transcrita:

“Extrahido do Livro I de Cazamentos da Sé. Folhas 104. – Aos vinte e dois dias do mez de Setembro de mil setecentos e quarenta e três annos feitas as denunciações da forma do Sagrado Concilio Tridentino e Constituição deste Bispado nesta Cidade de São Luiz do Maranhão pelas coatro horas da tarde e nas cazas de morada do Cappam.Phelippe Marques da Silva, com dispensa do Ordinário, na prezença do Exmo. Snr. Padre Mestre Doutor Francisco José da Santa Catharina que assistio com a mesma licença se cazarão solemnemente e receberão as benções nupciaes o Capitão Lourenço Belfort natural do Reyno de Irlanda, da Cidade de Dublim, filho legitimo de Ricardo Belfort e de sua mulher Izabel Belfort e viúvo que tinha sido de Izabel de Andrade natural dessa mesma cidade com Anna Thereza de Jesus, filha legitima do Cappitão Phelippe Marques da Silva e de sua mulher Roza Maria do Espírito Santo todos naturaes desta mesma Cidade de que tudo foram testemunhas presentes Ignácio Gabriel Lopes Furtado Provedor mor da Fazenda Real e Antonio Gomes de Souza que ambos assignam de que fiz este assento para atodo o tempo constar que assignei. José dos Reis.Nada mais se continha no original que fielmente copiei eu o Cônego José Maira Lemercier, Secretario Geral do Arcebispado.São Luiz do Maranhão 18 de Dezembro de 1941.Cônego J.M.Lemercier.”

Desse consórcio houve oito filhos.

Atendendo aos méritos de Lourenço Belfort, El-Rei D.José I, de Portugal, a 20 de Julho de 1758, concedeu-lhe o hábito da Ordem de Cristo. A 21 de Junho de 1761, na igreja N.S. da Conceição de Lisboa, foi armado Cavaleiro da Ordem de Cristo, tendo no mesmo dia, na igreja N.s> da Luz, professado e recebido o hábito.

TESTAMENTO DE LOURENÇO BELFORT

Aos 15 de março de 1775, em São Luiz do Maranhão, fez o solene testamento seguinte:

“Em nome da Santíssima Trindade Padre, Filho, Espírito Santo Três Pessoas distinctas, hum só Deus verdadeiro, em cuja fé protesto viver e morrer e nela salvar a minha alma.Saybão quantos este publico instrumento de Cedulador Testamento, ou como em direyto melh’or nome tenha virem que sendo no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Crhristo a milsettecentos e settenta e sinco annos aos quinze sdias do mez de Março do dito anno nesta Cidade de São Luiz do Maranhão estando..........Mestre de Campo Lourenço Belfort sam sem doença eem perfeito juízo temendo me damorte por Ser Certa, eincerto o quando deterini faze meu Testamento, quehé oprezente, que por estar emtudo conforme aminha ultima vontade por ser de justissa de Sua Magestade, aquém pertencer o seu Conhecimento, afação emtudo Comprir iguardar como nelle seContem. Primeyramente emcomendo aminha alma ameu Deus todo Poderoso que a tirou......sagrada morte e paixão.......de seu Unigênito Filho meu Senhor Jezus Christo aqueira receber no Seu Santo Reyno quando deste mizeravel Corpo Se apartar, ea Virgem Santíssima minha May e Senhora Rogo queira ser minha intercessora Como tambem ao Santo do meu nome eao anjo da minha guarda estodos os meus Santos e Anjos daminha devoção.Declaro que morrendo nesta Cidade quer que o meui Corpo Seja sepulado na Capela do Senhor dos Passos, e ........falescer fora (377) della na Igreja ou Capela mais vizinha,Cujo interro......imtudo.......do meu Testamenteyro, eno dia domeu falescimento......ahoras.......no dia seguinte dizer por minha alma Missas deCOrpo prezente todos os Sacerdotes que Seacharem , ea quizerem dizer, equando falesça fora da Cidade asdirão damesma Sorte, no dia que chegar a Ma noticia, ou nodia seguinte, dandose-lhe aismolla depataca por Cada Missa, e seme farão oofficio Parochial em Freguezia dondeu falescer, que para tudo nomeyo para meu Testamenteyro ameu filho Antonio Belfort, oqual dou poder depagar, earrecadar minhas dividas, eporsua Conta correr qualquer outra dispozissão, emtrega das Legitimas dos meus herdeyros Seus Irmãos reprezentando para tudo minha pessoa como Seeu vivo fòra, tudo athé o tempo que neste testamento Consignarem.Declaro que sou natural de Ibernia, Cidade de Doblin, filho legitimo de Ricardo Belfort ede sua molher Izabel Lowther já defuntos e casey primeira vez nesta Cidade do Maranhão com Izabel de Andrade, de Cujo Matrimonioi tenho ao presente dous filhos a Saber Ricardo Belfort e Maria Magdalena Belfort, os quais estão inteyrados não só doque lhe Coube, por morte de Sua May Senão tão bem do que ficou de seu irmão Guilherme Belfort, que morreo no estado de Casado Semter..........descendentes, ejá depois deeu ter cazado segundavez, e assim nem doque lhes coube de Sua May, como de seu Itmão lhes devo couza alguma por estrem realmente pagos, einteyrados detudo que............Legitima lhes pertencia. ..eclaro que cazey segundavez, com Anna Thereza que tão bem he falescida de Cujo matrimonio tenho vivos os filhos seguintes – Roza Maria Belfort, cazada com o Sargento mor de Cavalaria Bernardino José Pereyra de Castro, Francisca Belfort, cazada com o Cirurgião Mor Leonel Fernandes,Maria Belfort, Anna Belfort, Miguel Belfort, e Antonio Belfort, Lourenço Belfort e Jozé Belfort, e tantos estes como aquelles dous do primeiro matrimonio são meus Legítimos herdeyros, que portais os instituo. Declaro que eu ajustey comosditos meus Genros o Sargento-Môr Bernardino Jose Pereyra de Castro, eoCyrurgião mor Leonel Fernandes dar a Cada um Sinco mil Cruzados pelas Legiitimas que tocarão á Suas molheres por morte de sua May......Com effeito lhes paguey inteiramente em dinheyro Comos juros que Sevencerão no dia de Seus Cazamentos athé o dia emque forão embolsados pelo que devem entraar ainventario comtudo omaisque levarão e lhes dey quando cazarão afim de...........ouro eprata como Escravos, eomais que..............delles o declarar irão...........repor, aotomar em a Conta doque  lhes houver de tocar.Como também dey ameu genro  o Sargento-Môr Bernardino José Pereyra de Castro humas cazas emque hoje mora pelo vallor de outocentos mil reis. Comos quais tãobem devemtrar. Declaro que quando cazou meu filho Antonio Belfort, equando emancipey meu filho Lourenço Belfort, lhes paguey tãobem a Leggitimas que lhes tocou de sua May dando-lhes emdinheyro....................................................da..................................................Companhia Geral do Comercio, e nesta parte estão realmente pagos e satisfeitos.Declaro que os beins que eupossuo são todos adquiridos por minha industria...............herdados com he notório; eporque meus herdeyros sabem ditodo como tão bem doque eu devo, ou semideve, e que hade Constar dosmeus papeis eacentos porsisso....................................deosdeclarar.Declaro queeu possuo na Ribeyra do Itapicurú de uma aoutra parte do Ryo Sinco Legoas de Terras menos asbrassas que consta por escriptura ter vendido a Lucas Barboza; e assim mais outras terras em............................que Comprei ameugenro o Cirurgião môr Leonel Fernandes, cujas terras humas eoutras aqui declaradas quero ehé minha vontade sejão lançadas ao quinhão da minha terça para assim estabelecer, eaugmentar com ellas as Cazas demeus  herdeyros......................................................................................................................Serão os meus dez filhos herdeyros assima declarados.................havera cada hum................brassas da dita terra a beira do Ryo, constando do seu fundo isto he quatrocentas braças de huma parte, quatrocentas, deoutra, que sempre Serão fronteiras para melhor comodidade que for administrador da (378)/minha terra vinte milreis por anno para que este com os ditos Foros annuaes possa fazer...............................ahum Capelão que lhes diga Missa e administre os Sacramentos, eatoda aquellavizinhança avista dagrande distancia comque Virão da Freguezia, eatoda e deoutra qualquer Igreja, para assim mais comodamente poderem tratar do Seu bem Espiritual; ficando toda a maiz terra que Sobrar dosnove quinhões que sempre serão no Citio, emque tenha aminha Capela para o que for administrador assistir, e lavrar nella sem pagar ditos vinte mil reis para assim melhor cumprir com omais que lhes encarreguei com advertência que estes meus herdeiros nunca por Sy Sós poderão metter outro em Seulugar, nem, ..............................................................da dita porção deterra, por ser a minha tenção estabelecer a Caza de todos elles na forma dita; que por isso já de agora.............................que mepertencerdas minhas terras........................quelle filho, ou descendente que quizer ou pretender contrasizer qualquer dispozição deste Testamento por meyo dejustiça, e Senão Conformar emtudo com o que eu aqui disponho, bastando para que os outros meus filhos e descendentes.......................o prosseguimento que Meintentar jurídico, ainda por simples petição porque isso bastará para não gozar do benedicio da dita terra porque eu já deagora pelo mesmo facto o excluo della eoprivo detodo o direito eação que queira intentar por Ser minha tensão a boa união, e Convivencia entre elles, e para assim melhor viverem .................... eseSaberem aproveitar determino oseguinte.Logo que eu falescer concordarão entre sy os ditos meus herdeyros que seacharem dentro desta Comarca ellegerem hum delles que mais idôneo acharem para ser oadministrador dadita minha terra, que serão feito amais vozes dos mesmos herdeyros, eeste que assim for eleyto tomará Logo conta de todos osbeins, e os dará ainventario, recebendo de suas mãons os mais herdeyros os Seus quinhõens, epartilhas, ficando Logo Constituído meu Testamenteyro quejá deagora por tal o declaro com todos os poderes concedidos ao prymeiro nomeado que deemtão emdiante...................a obrigação de Testamenteyro por passar toda aoque passa a dita administração for escolhido pelos meus herdeyros e deste amnistrador já deagora nomeyo por Feitor................que ficrem menores ao tempo do meu falescimento. O dito administrador por Sy só não poedera dissidir qualquer duvida que a respeito das ditas terras os mais herdeyros  movão emtre Sy, antes Seajuntarão Sette, ou Sinco ou os que poderem ser, afinde ouvidos seus paresseres sustarão pelo que for sentado pela mayor parte, edamesma forma se observarão em tudo o mais que arrumar, Semque por Sy Só nenhum possa fazer Couza alguma...............................as ditas terras, ocometter outro em Seo lugar.Sem consentimento dos mais, que sempre atenderão e preferirão os meus descendentes mais chegados, e quando em tempo algum comordem aforrar alguma das ditas porções de terras aestranho por não haver parentes meu que aqueira nesse cazo nunca será pelo foro devinte milreis, porque pelo..............limitado só pagarão meus descendentes, aquém.....................comodidade eaugmento. Ao dito meuadministrador deicho todos os beins que meforem lançados aminha terra, dosquaes sepoderá aproveitar emquanto vivo, desorte que por sua morte Si pagará aseus herdeyros todos os lucros.................filhos suscessores que não venha aos mais herdeyros e descendentes prejuízo Sempre Serão obrigados aprefazerem o principal que receber com a dita administração.........que morrerem ou preferirem alguns beins, ouescravos, ou Seovender porá outros tantos em seu lugar. Porser aminha tensão que aminha terra seja por semelhante modo como..............aos mais meus herdeyros ou descendentes, que porisso por morte do dito administrador, poderão  os mesmos meus herdeyros ou descendentes, eleger outro de hum delles na forma dita que em outra na dita administração, semque para esta eleysão seja precizo º.......................de todos, os parentes, porque bastará º...............................numero de Sette ou aquelles que poderem (379) / ser sempre para isso os filhos deque tiver sido possa allegar preferência, ou sechamar aposse; porque esiato aterá aquelle que pelos mais herdeyros, ou...............aproveitar todos deste beneficio, que na falta de filho, ou descendentes........................poderão suceder az fêmeas, quando pella Capacidade de Seus maridos forem eleytos, e damesma Sorte mostrando o tempo que algum oualguns dos ditos administradores assim eleytos dissipa, odestroe os beins e for concordado entre oz masiss que não he conveniente na dita administração odytarão fora elegendo outro pelo prejuízo..................contrário.................aos meus descendentes. Odito adminsitrador será obrigado a dar qualquer Neta minha que for nascida ao tempo de minha morte, quando esta se caze, Cem milreis para ajuda do Seu dote, isto he cazando aContento de seus Pays ou de pess^^ao que agoverne na falta de Pays e SeContra avontade deste alguma Secazar não gozarão do beneficio dos ditos Cem mil reis equando Cazem mais de huma no mesmo anno Só se dará Cem mil reis a primeira que cazar Sem que para isso as outras percão osseus porque oshirão percebendo em cada hum anno segundo aatiguidade de Seus cazamentos emforma que cada huma Sevenha autilizar dosditos Cemmilreis na forma dita.Declaro que tenho huma Irman na Cidade de Doblin chamada Suzana Belfort, Freyra professa no Convento Dominicano, aesta será obrigado o quarenta milreis, que lhes deixo pelo amor de Deos.Declaro ehé  minha vontade...................dos ditos meus herdeyros que quando algum destes tenham terras proprias emque lavrem, e poressa razão não queiram lavrar nas terras da minha terça; poderão Com Poderão Comtudo metter nellas em Seu lugar algum filho Seu ou neto iquando Nada de qualquer destes ramos deminha descendência hirão ficando devolutas as porçõens por elles até então ocupadas para dotodo da adminsitração, até o fim do ultimo ramo que succedendo não haver mais descendentes meu que haja de }Continuar na dita administração elavrar a lavrar nas ditas terras nesse Cazo passarão as ditas terrras, etodos osmais beins daminha terra ao Senado da Câmera desta Cidade do Maranhão para rendimentos domesmo Senado Como beins Livres Seus que ficarão Sendo, não tendo lugar nunca entre os meus descendentes os filhos bastardos que entre elles houverem, porque estes vioulão totalemtne como Sedescendentes não fossem.Quero e sou contente de que meus herdeyros emtre Sy fassão amigavelmente o Seu inventario pois supposto alguns sejão menores de vinteSinco annos aoprezente, comtudo São mayores dequinze annos todos, Combôa Capacidade que Se para isso  for necessário Licença dos Superiores aimpetrarão afim dea Conseguirem.Declaro que dastres Lagoas deterras que tenho em Cajapió pertence meya  Legoa ao meu filho Ricardo Belfort.Como tão bem lhe pertence aterça parte das Cazas Mysticas as de Dona Luiza Viúva demeu peimeyro Sogro Guilherme Everton por huma e outra Couza lhetocar da legitima de Sua May, e eu nunca lhas pago porquerer que elle as possua Como tem possuído, decujas terras de Cajapió provão os títulos impuder dadita Dona Luiza por comprehenderem outras terras myzticasque forão do dito meu Sogro.Epara emtudo Secumprir estas minhas dizposiçõenz dou ao dito meu Testamenteyro puder geral e especial para Cobrar, epagar minhas dividas, epor Sy fazer as remessas que foram necessárias, reprezentando intudo minha pessoa, como se eu mesmo fosse. Pelo que pesso as Justiças de Sua Magestade assignasse eque ameu rogo fes e assigney “Jozé dos Santos Freyre” Aprovação. Saybão quantos este publico instrumento de aprovação de Testamento, ou Como em direito melhor dizer Sepossa virem que Sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Chris (380) / to de mil Setecentoz e settenta e Sinco annos aos Seis dias do mez de Abril do dito anno nesta Cidade de São Luiz do Maranhão enas Cazas de morada do Mestre de Campo Lourenço Belfort na Rua Formoza donde eu Tabelião ao deante nomeado fuy vindo a Seu rogo edonde o achey Sem doença alguma Com Saúde eem Seu perfeito juízo eemtendimento que Deos Nosso Senhor foy Servido dar-lhe Segundo aoparesser de mim Tabelião, e das Testemunhas aodiante nomeadas, enofim deste Instromento assignadas, elogo de Sua mão aminha prezença das mesmas Testemunhas me foy entregue a Sedula de Seu Testamento feito emtres folhas depapel escripto conSinco paginas emeya Semborrão entrelinha ou Couza que duvida faça dezendome o dito Testador perante as ditas Testemunhas que este era o Seu Solene Testamento Comoqual queria morrer lhe lhohavia feito José dos Santos Freyre eque todo o nelle declarado está muito a Sua vontade pedindome e rogandome lhoaprovasse oque dando cumprimento...................Logo esta aprovassão ao pé do mesmo Testamento aprovando, ehavendo pro arpovado tanto quanto em direyto devo e posso porbem, eobrigação do meu oficio. E pedeelle Testador as justíssimas de Sua Magestade Fidelíssima, assim Ecleziasticas , como Seculares, lho cumprão eguardem, eofação imtudo muyto inteyramente cumprir iguardar assim, e damaneyra que nelle Secontem e declra, eque por este revoga ehá por revogado outro qualquer Testamento ou Codicilio que antez deste haja feito porque Só aeste quer, elhe Contenta Se lhe dê toda a força e vigor em Juízo, ou f´roa delle Testemunhas que atudo foram prezentes o Capitão Antonio das Rocha Araújo o Sargento-mór Antonio Pereira da Sylva o Capitão Jozé Nunes Soeyro o Almoxarife Francisco Xavier de Crvalho e Lucaz Rapozo, que aqui assignarão como Testador todos os conhecidos de mim Ignacioo de Loyolla Bequeman Tabelião que oescrevy, eassignão empublico e Razo.Va.Emtestemunho daverdade. Estava o signal publico “Ignácio de Loyola Bequeman” Lourenço Belfort “Antonio da Rocha Araújo” “Antonio Pereyra da Sylva” João Nunes Soeyro Francisco Xavier de Carvalho “Lucas Rapozo” Sobreescripto.

Testamento do Mestre de Campo, Lourenço Belfort, que vay aprovado por mim Tabelião  abayxo assignado, Cozido com Sinco pontos delinha branca do Reyno com quatro........cobertos por ambas as partes com Sinco pingos delacre vermelho, e pede Me Testador Senão abra Senão depois de Seu Falescimento por authoridade dejustiça.São Luiz do Maranhão Seis de Abril demilSettecentos Setenta e Sinco annos. Ignácio de Loyola Bequeman “Termo de abertura. Aoprimeyro dia do mez de Novembro demil Settecentos e Sette annos nesta Cidadde de São Luiz do Maranhão enas Cazas deaposentadoria do Director Juiz de Fora Henrique Guilhon onde de Escrivão ao deantenomeado fuy vindo.............mandato, e Sendoaly pelo Capitão Antonio Belfort foy aprezentado este Testamento dizendo erão Comque havia falescido Seu Pay o Mestre de Campo Lourenço Belfort, o qual morrera na Cidade de Lisboa tendo este Seu Testamento nesta Cidade, requerendo ao dito Minystro o Abrisse para se lhe dar Cumprimento, oque ouvido pelo dito Ministro mandoa amim Escrivão oabrisse, ao que eu Saptisfazendo oabry; digo, oabry Ely todo deverbo adverbum, eoachey na forma da aprovação e logo o dito Ministro numerava suas folhas que São quatro, eas rubricou Com seu apelido de Guilhon epôz seu Cumpra-se e registesse. Maranhão aprimeyro de Novembro demil settecentos Settenta e Sette annos “Guilhon” Cumprase, e Registesse.Maranhão  doze de Novembro demil setecentos settenta e setteannos  “Matabo.e”Asceyto aprezente Testamentaria namesma forma que odefunto meu Pay determina.Maranhão o primeyro de Novembro de mil Settecentos Settenta e Sette Annoz alguma era................Conthendo escripto, edeclarado em o (381)/ dito Testamento do Defunto Mestre de Campo Lourenço Beelfort Sua aprovação Sobrescripto eabertura que eu Escrivão ao deante nomeado bem e fielmente aqui me registey etrasladey doproprio aque me reporto, eotorney aemtregar ao Testamenteiro do dito Defunto Seu filho o Capitão Antonio Belfort, que de Seu recebimento assignou, e tudo vay.......................de meu officio Sem Couza que duvida faça.Maranhão treze de Novembro de mil Settecentos Settenta e Sette. Eeu Miguel Ignácio dos Santos Freyre e Bruce Escrivão que o escrevy eassigney. Confery e Consertey. Miguel Jo´se Ignácio dos Santos Freyre e B.ce”

Conforme se conclue, que pelo documento supra, faleceu o Mestre de Campo Lourenço Belfort, em Lisboa, onde se encontrava de passagem, tendo ali sido sepultado, em fins do ano de 1777. O seu testamento foi mandado cumprir em São Luiz do Maranhão, procedendo-se a inventário e partilha dos seus largos cabedais, entre os seus dez filhos vivos, sendo que do segundo matrimônio deixou oito filhos adiante mencionados.

Casa de Belfort - parte 1

Casa de Belfort - parte 2

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