Samsara
Sansara, Sansāra, samsāra, 生死 (shēngs) (sa sâra, Lit.: “dando voltas ou seu caminho") (sânscrito-devanagari: perambulação) pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos, experimentado pelos seres sencientes.
Também traduzido como Ciclo de Nascimento e Morte, Existência Cíclica, é o ciclo ininterrupto de mortes e renascimentos ao qual os seres sencientes estão presos, caracterizado pelo contínuo estado de sofrimento e insatisfação. Os ensinamentos budistas são elaborados para ensinar os seres como se libertarem desse ciclo vicioso de sofrimento e alcançarem o Nirvana e a Iluminação. O ciclo de nascimento e morte no qual os seres estão enredados como resultado do próprio carma; aflições e angústias sucessivas; o surgir e o desvanecer da sensação de um ‘eu’ autônomo e permanente; o estado de transmigração; o budismo visa libertar os seres deste estado e levá-los ao nirvana.
Samsara no budismo, é uma série ininterrupta de mutações a que a vida é submetida, espécie de ronda infernal de que o indivíduo só se liberta quando alcança o nirvana.
É um conceito básico da religião budista e a meta máxima da prática espiritual dos seus seguidores.
Os budistas também acreditam que quando uma pessoa chega ao fim do samsara – existência cíclica de renascimentos e sofrimentos a que todos os seres estão sujeitos – ela alcança os 10 Mundos
Como se
libertar? Apesar de difícil, a solução para sair de Samsara é
bastante simples: a libertação só é possível através da tomada de
consciência espiritual e superação da condição de trevas, onde somos
tapeados pela materialidade e a ilusão que ela cria.
A libertação do Samsara ocorre quando se atinge a
Iluminação, o Nirvana, e para Buda a forma de conseguir,
isto é, meditar e seguir o caminho das 8 vias, ou o caminho
óctuplo, que corresponde a quarta nobre verdade do Budismo e
consiste em:
* Compreensão Correta: Conhecer as Quatro Nobres Verdades de
maneira a entender as coisas como elas realmente são, e com
isso gerar uma motivação de querer se liberar de dukkha e
ajudar os outros seres a fazerem o mesmo.
* Pensamento Correto: Desenvolver as nobres qualidades da
bondade amorosa, não tendo má vontade em relação aos outros,
não querendo causar o mal (nem em pensamento), não ser
avarento, e em suma, não ser egoísta.
* Fala Correta: Abster-se de mentir, falar em vão, usar
palavras ásperas ou caluniosas, e ao invés disso, falar a
verdade, ter uma fala construtiva, harmoniosa, conciliadora.
* Ação Correta: Abster-se de matar, roubar, tomar
entorpecentes e ter conduta sexual indevida, e ao invés
disso, promover a vida, praticar a generosidade e não causar
o sofrimento através de práticas sexuais.
* Meio de Vida Correto: Evitar qualquer ocupação que
prejudique os demais, tais como tráfico de drogas ou matança
de animais, e ao invés disso, olhar os outros com amor,
compaixão, alegria e equanimidade, que são as quatro
qualidades incomensuráveis, e na prática do dia-a-dia,
praticar os seis paramitas da generosidade, ética, paz,
esforço, concentração e sabedoria.
* Atenção Correta: Praticar autodisciplina para obter a
quietude e atenção da mente, de maneira a evitar estados de
mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.
* Sabedoria Correta: Desenvolver completa consciência de
todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos
insanos, através da contemplação da natureza verdadeira de
todas as coisas.
* Visão Correta: Com todos os outros passos realmente
realizados internamente, ter uma visão correta em relação ao
mundo e à vida, e agindo de acordo com essa visão.
ou deuses.
Na maioria das tradições filosóficas da Índia, incluindo o Hinduísmo, o Budismo
e o Jainismo, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural.
Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo
e na forma como o interpretam. A maioria das tradições observa o Samsara de
forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, na escola Advaita de
Vedanta hindu, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman, e
sua alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.
Já algumas adaptações dessas tradições identificam o Samsara (ou sa sâra, lit.
"seu caminho") como uma simples metáfora.
À parte da cosmologia e mitologia tradicional de renascimento do corpo físico no
budismo também pode-se compreender este ensinamento como o ciclo de morte e
renascimento da consciência de uma mesma pessoa. Momentos de distração, anseios
e emoções destrutivas são momentos em que a consciência morre para despertar em
seguida em momentos de atenção, compreensão e lucidez. Nesta visão os agregados
impuros, skandhas, são levados a diante para o momento seguinte em que a
consciência toma uma nova forma.
A meditação budista ensina que por meio de cuidadosa observação da mente é
possível ver a consciência como sendo uma sequência de momentos conscientes ao
invés de um contínuo de autoconsciência. Cada momento é a experiência de um
estado mental específico: um pensamento, uma memória, uma sensação, uma
percepção. Um estado mental nasce, existe e, sendo impermanente, cessa dando
lugar ao próximo estado mental que surgir. Assim a consciência de um ser
senciente pode ser entendida como uma série contínua de nascimentos e mortes
destes estados mentais. Neste contexto o renascimento é simplesmente a
persistência deste processo.
Esta explicação do renascimento como um ciclo de consciência é consistente com
os demais conceitos budistas, como anicca (impermanência), dukkha (insatisfatoriedade),
anatta (ausência de identidade) e é possível entender o conceito de
karma como
um elo de causa e consequências destes estados mentais.
Roda do Samsara
A roda do Samsara engloba seis caminhos diferentes, definidos a partir do karma.
Porém, por mais que se alcance uma existência abençoada, o sofrimento ainda é inevitável: mesmo os seres mais iluminados ainda estão sujeitos aos males do mundo, e à reencarnação.
Apenas a iluminação quebra o ciclo.
Deva: primeiro caminho divino, às vezes referidos como existências semelhantes
aos Deuses, Devas são o estágio mais sublime do Samsara, reservado aos de karma
positivo. Mesmo com poderes e conhecimentos divinos, ainda estão sujeitos à
reencarnação e males dos seres humanos, como orgulho, luxúria, ira, e etc. Um
dos dois caminhos divinos, representando o lado positivo.
Asura: o segundo caminho divino, representa o extremo oposto de um Deva, o lado
ruim. Pessoas que eram ciumentas, furiosas e sanguinárias tendem a renascer como Asuras, o caminho demoníaco. Assim como os Devas, têm habilidades
extraordinárias e também estão sujeitos ao karma e à reencarnação.
Manusya: os seres humanos. Baseia-se no orgulho, paixão, desejo e dúvida, e é
tido como o caminho mais propício para alcançar o nirvana, já que podem obter as
informações necessárias para tal, sem que os fortes desejos carnais e obsessões
dos caminhos elevados interfiram nesse processo.
Animal: crê-se que existem pessoas que renascem como animais, devido ao estado
de ignorância, domínio do instinto, sobrevivência do mais apto e servidão aos
humanos que essas pessoas se encontravam em suas vidas anteriores.
Preta: o caminho dos fantasmas famintos. Caminho baseado na forte possessividade
e desejo em vidas anteriores, são criaturas humanoides, pálidas e magras,
justamente por estarem sempre famintos e sedentos, porém são incapazes de saciar
a perpétua fome e sede que sentem.
Naraca: o mais próximo do Inferno do Budismo. Todos que são mandados para o
caminho Naraca só ficam lá até equilibrarem seu karma, podendo assim renascer (o
que mostra que o Naraca não mantém ninguém preso eternamente). São Oito Naracas
Gelados e Oito Naracas Quentes, e cada um deles é um estágio para o equilíbrio
do karma.