Dharmakara

Terra Pura é uma vertente do budismo Mahayana também conhecida como Amidismo devido à sua característica devoção ao Buda Amida (sansc: Amitabha, Amitayus; chinês: Amituofo; coreano: Amitabul), o Buda da Vida e Luz Infinitas.

O Caminho da Terra Pura se baseia nos ensinamentos proferidos pelo Buda Shakyamuni no Sutra da Vida Infinita sobre um asceta de nome Dharmakara que em um passado remoto fez 48 votos condicionantes para se tornar um Buda jurando construir um mundo ou estado de consciência no qual não exista sofrimento e torne acessível a aluminação a todos que neste lugar venham a nascer, tornando então o nascimento nessa terra como uma alternativa a praticantes incapazes de realizar outras práticas.

Segundo o Buda Shakyamuni, Dharmakara atingiu a iluminação e se tornou um Buda chamado Amida, vivendo atualmente em uma terra chamada Terra Pura da Suprema Felicidade (sansc: Sukhavati) de onde acolhe incontáveis seres de todo o universo libertando-os do ciclo de nascimentos e mortes (Samsara) e lhes garantindo a Iluminação.

Nos escritos em sânscrito, vindos da Índia de 2.500 anos, o Buda Amida tem dois nomes – Amitābha (“Luz Infinita”) e Amitāyus (“Vida imensurável”).

O nome “Amida” derivou da transliteração chinesa desses dois nomes em sânscrito e implica que o Buda incorpora esses dois elementos da natureza búdica.

A história do Buda Amida é narrada no Sutra Sutra Maior do Buda da Vida Imensurável (Amitayus) e da Luz Infinita (Amithaba). 

Como o Buda Sakyamuni que se apresentou na história real da Índia, o Buda Amida era um príncipe em uma terra incerta que também abandonou o trono para seguir os passos do Buda Lokesvararaja, para tornar-se um monge chamado Dharmakara, “O Tesouro do Dharma”

Durante incontáveis eras de determinação, reflexão e prática, Dharmakara trilhou 48 Votos para beneficiar todos os seres. 

Em cada Voto,  Dharmakara declara que só alcançaria a suprema e perfeita iluminação se todos os seres também se iluminassem.

A mente-coração daquele que está em profunda relação com Amida experimenta um estado de liberação, chamado de shinjin: confiança plena e verdadeira na vida; essa unidade primordial entre nós e a vida, liberados das resistências e armadilhas do ego, da discriminação, do julgamento e da censura.

A confiança no Buda Amida surge, assim, não como uma fé cega num ser superior, mas na experiência direta da ação da recitação do Nome e o significado do 18o Voto, que, na nossa vida cotidiana, desperta a mente para conhecer a nossa realidade e o que está ao nosso redor.

18o Voto

Se, quando me tornar um Buda, os seres sencientes nas terras das dez direções que confiarem sincera e alegremente a mim, aspirarem a nascer na minha terra, e chamarem o meu Nome até dez vezes, e nela não nascerem, que eu não alcance a Perfeita Iluminação.